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índice de 11,3%

Escalada do desemprego acentua queda dos salários no Brasil

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publicado em 30/07/2016 às 10h09
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Há um ano e meio a taxa de desemprego segue uma escalada. Do início de 2015 até o trimestre encerradono mês passado, ela subiu de 7,4% para 11,3%, segundo informou nesta sexta (29) o IBGE.

Os dados indicam que o derretimento que vem ocorrendo nos postos de trabalho agora alcança com mais intensidade os salários.

O valor médio do rendimento real dos ocupados, no trimestre entre abril e junho, foi de R$ 1.972— 4,2% menor do que o do mesmo período de 2015. A variação, que já desconta a inflação, é a pior queda desde o início da série, em 2012, e ocorre após nove reduções seguidas.

Com isso, o rendimento médio do trabalhador brasileiro retornou ao nível da virada de 2012 para 2013, três anos e meio atrás.

O culpado desse ajuste é o próprio desemprego. Com mais pessoas buscando colocação em um mercado que enxuga vagas, os aumentos salariais perdem força.

No trimestre encerrado em junho, 90,7 milhões de trabalhadores estavam ocupados, 1,4 milhão a menos do que no mesmo período de 2015. Ainda assim, como a renda das famílias está caindo, um contingente maior de pessoas passou a buscar emprego, o que ajuda a pressionar para cima a taxa de desemprego.

Segundo o economista Sandro de Carvalho, do Ipea, o salário responde ao desemprego com alguma defasagem, e apenas quando as demissões se “generalizam” é que afetam o salário médio.

“Em início de crises geralmente se dispensa primeiro trabalhadores que são mais fáceis de repor, os que têm menores salários, de modo que é comum o salário médio não cair [imediatamente]”.

Para o economista Rafael Baciotti, da consultoria Tendências, a intensificação da queda nos rendimentos pode ser resultado da migração de trabalhadores, então na formalidade para ocupações informais ou que pagam menos, como domésticos.

Outra evidência apareceu na sondagem com empresários da indústria, divulgada pela FGV nesta sexta (29).

O percentual dos que pretendem demitir nos próximos três meses caiu à metade entre junho e julho: de 24,5% para 12,6%, o que indica que o ajuste nos postos de trabalho poderá perder fôlego.

Folha

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