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JUSTIÇA

Acusado de assassinar a estudante Suênia Farias será julgado hoje

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publicado em 09/12/2015 às 10h35
atualizado em 09/12/2015 às 07h36
Crédito: Arquivo Pessoal. Brasil. Suênia Sousa Faria, estudante que foi morta pelo professor de direito Rendrik Vieira Rodrigues, com quem teve um relacionamento de dois meses.
Quatro tiros disparados de uma pistola 380 destruíram uma família e os sonhos de uma jovem de 24 anos que cursava direito e queria ser delegada. Quatro anos depois do assassinato de Suênia Sousa Farias, o advogado e professor Rendrik Vieira Rodrigues, autor confesso do homicídio, será julgado pelo Tribunal do Júri de Brasília. É a segunda vez que a Corte marca uma data para decidir o futuro do réu.
Em novembro, a Justiça marcou o julgamento de Rendrik, mas a sessão acabou adiada. O desembargador da 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) concedeu liminar à defesa do acusado, que alegou que uma das testemunhas não tinha sido localizada pelo oficial de Justiça. “Foi decepcionante. Uma sensação enorme de impunidade”, desabafa a irmã de Suênia, Cilene Sousa Farias, 38 anos (leia Depoimento). Hoje, a família aguarda a condenação do réu e uma pena equivalente à brutalidade do crime.
Ticiano Figueiredo, advogado de Rendrik, afirma que o professor está sereno e tranquilo com o curso do julgamento. “Esperamos que seja justo”, afirma. De acordo com o defensor, a defesa aguarda algumas decisões de recursos, mas também está preparada para a sessão. O réu aguarda a sentença em uma cela no 19º BPM. Ticiano ressalta que ele divide uma cela com duas pessoas, com horário de banho, e não em um quarto.
Para o assistente de acusação, Amós de Albuquerque, a expectativa é de que os termos da denúncia sejam acatados pelos jurados. “Ele cometeu um homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe, e não deu chance de defesa. Queremos a pena máxima possível, até mesmo em virtude do conhecimento que ele tem. Entendemos que o juiz, na hora de aplicar a pena, leve em consideração que ele sabia o que estava fazendo. Ele tem um conhecimento de nível médio para alto”, justifica.
Além disso, Amós conta que Rendrik escreveu uma carta, anexada ao processo, na qual se mostra indiferente ao sofrimento da família. “Provavelmente, ele vai ficar em silêncio no interrogatório. Disse estar em um momento alegre e sereno na vida dele,em que a esposa está esperando um filho. O que ressalto é o desprezo pelo sentimento alheio. Quem perdeu foi a família, que não tem mais o direito de conviver com a Suênia, além da vítima, que morreu”, declara.
Covardia
Em 31 de dezembro de 2011, Rendrik matou Suênia após uma discussão. Os dois tiveram um relacionamento de alguns meses, mas a jovem decidiu acabar com o romance e reatar com o antigo namorado. Armado com uma pistola, Rendrik a esperou no estacionamento da faculdade onde ela estudava, na Asa Norte, por volta das 15h30.

Após circular por vários pontos da cidade no carro dela, ele estacionou o veículo, pressionou-a a dizer que havia reatado com o ex-namorado e atirou quatro vezes. Depois de cometer o crime, o advogado ainda circulou durante algumas horas por Brasília com o corpo de Suênia no banco do passageiro, até parar na 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas), onde foi preso.

Depoimento
“Está faltando uma parte”

“A expectativa para amanhã (hoje) é simples. Queremos a condenação dele (Rendrik) e a pena comparada ao crime que ele cometeu. Foram quatro anos de angústia e sofrimento. Ele destruiu tudo. Sempre fomos uma família unida e feliz, mas, desde que a Suênia morreu, está faltando uma parte. Ela era a mais alegre, a que mais motivava todo mundo. Todos os momentos em que estamos juntos é o mesmo martírio. Ficamos discutindo o que poderíamos ter feito, como poderíamos ter prevenido o que aconteceu. O Natal está chegando, mas que sentido tem essa data para nós? Ao mesmo tempo, se ele for punido amanhã (hoje), também será uma vitória.”
Cilene Sousa Farias, 38 anos, irmã de Suênia
Correio Braziliense

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