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Cheias de doações, cidades atingidas têm dificuldade em receber

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publicado em 21/11/2015 às 14h35
atualizado em 21/11/2015 às 11h48

Cidades de Minas Gerais que foram atingidas pela lama proveniente do rompimento da barragem de Mariana estão tendo dificuldade em administrar o enorme montante de doações que tem chegado de diferentes origens todos os dias.

Acompanhando um grupo que saiu de São Paulo com mais de 20 toneladas de água, alimento, roupas e brinquedos, o G1 seguiu de Mariana até Barra Longa, a 60 km de distância, e viu situações similares. Lá, o grupo foi orientado a entregar as doações em um povoado de Barra Longa.

“Dei a instrução de que o pessoal tente receber o que chegar, já que todo mundo que doa o faz de bom coração, mas realmente já recebemos muita coisa. Além do Centro de Convenções, outros três galpões alugados pela empresa (Samarco) já estão cheios”, disse ao G1 Duarte Júnior, prefeito de Mariana. “Outra dificuldade é que muitos desabrigados estão em hotéis, não têm suas casas para onde levar as doações”, completa.

Uma das líderes da expedição que o G1 acompanha durante o final de semana explicou como o grupo de 24 pessoas foi recebido no centro de convenções, antes da chegada do caminhão com doações.

“Eles disseram que até poderiam ver o que tínhamos para tentar receber, mas que, se nós tivéssemos condições, que tentássemos levar os materiais para outro local que talvez precisasse mais. E nos indicaram Barra Longa”, diz Maralice Constantino Butieri.

Em Barra Longa, o G1 se deparou com situação parecida com a de Mariana. “Primeiro encheram o salão paroquial com as doações, depois foram enchendo outros lugares cedidos. Depois disso, era tanta coisa que começamos a armazenar aqui na Câmara Municipal também”, afirma Fernando Pimenta Trindade, secretário administrativo da Câmara.

Diferente de Mariana, cidade maior onde o centro não foi atingido e segue em plena atividade, Barra Longax tem apenas cerca de 6 mil habitantes e teve o centro atingido. A praça da cidade, à beira do Rio Carmo, foi devastada pela lama, assim como várias casas e lojas da região e ao longo do rio. Além disso, Gesteira, um povoado a cerca de 12 km de Barra Longa, teve casas completamente destruídas. O bairro de Morro Vermelho, a 2 km do centro, também foi atingido.
Mesmo assim, há dificuldade em lidar com tanta doação. Um grupo de voluntários que ficou conhecido como “amarelinhos” (por conta das cores dos coletes e camisas), muitos deles ligados a igrejas evangélicas, têm ajudado no recebimento e no escoamento de doações, assim como na recepção de outros voluntários que chegam à cidade.
Como ajudar

Doações de roupas, mantimentos, água, produtos de higiene, dentre outros, devem ser encaminhadas ao Serviço de Voluntariado da Assistência Social (Servas), em Belo Horizonte. O Servas está direcionando os donativos para outras cidades atingidas pelo rompimento da barragem em Mariana.
Servas

Avenida Cristóvão Colombo, 683, Funcionários, Belo Horizonte.
Telefone: (31) 3349-2400
Entrega de doações das 7h às 19h.

A barragem de Fundão foi rompida no dia 5 de novembro, destruindo o distrito de Bento Rodrigues e afetando Águas Claras, Ponte do Gama, Paracatu e Pedras, além das cidades de Barra Longa e Rio Doce. Os rejeitos também atingiram dezenas de cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo. Sete mortos já foram identificados e quatro corpos aguardam identificação. Doze pessoas estão desaparecidas.

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