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POR NARCOTRÁFICO

EUA detêm parentes da primeira-dama da Venezuela

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publicado em 12/11/2015 às 10h44
atualizado em 12/11/2015 às 07h49

Agentes americanos detiveram dois familiares da primeira-dama da Venezuela por supostamente conspirar para contrabandear 800 quilos de cocaína aos Estados Unidos, noticiou o The Wall Street Journal hoje.

Efrain Antonio Campo Flores e Francisco Flores de Freitas foram detidos ontem no Haiti pela polícia local, entregues a agentes americanos e levados de avião no mesmo dia para Nova York, acrescentou o jornal, citando duas pessoas vinculadas ao caso, sem identificá-las.

Os dois homens devem se apresentar na quinta-feira ante um juiz federal em Nova York. O gabinete da promotoria em Manhattan não estava disponível para fazer comentários sobre o caso.

Campo Flores, de 29 anos, identificou-se no avião como filho adotivo do presidente Nicolás Maduro, e que tinha sido criado pela tia, a primeira-dama Cilia Flores, continuou o jornal.

Ainda segundo o WSJ, o outro homem se identificou como sobrinho de Cilia Flores, ex-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e advogada do falecido presidente venezuelano, Hugo Chavez.

Campo Flores e Freitas teriam contactado em outubro um informante disfarçado da agência americana de combate às drogas (DEA) em Honduras para pedir ajuda no transporte de 800 quilos de cocaína através de uma ilha hondurenha no Caribe.

Na Venezuela, os dois apresentaram um quilo da cocaína – que seria vendida em Nova York – a outro informante do DEA para que atestasse a qualidade da droga.

De acordo com o WSJ, todas as reuniões foram gravadas.

Em maio, o Wall Street Journal noticiou que promotores americanos estavam investigando altas autoridades venezuelanas por suposto envolvimento com o tráfico de cocaína em larga escala.

A investigação, envolvendo o DEA e promotores de Nova York e Miami, tinha como um dos alvos o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, o segundo principal líder do “chavismo”.

A Venezuela denunciou a investigação como uma tentativa de Washington de minar o governo em Caracas.

Em outubro, o WSJ revelou outra investigação de Washington sobre corrupção e desvio de dinheiro da estatal Petróleos de Venezuela.

Os Estados Unidos consideram a Venezuela a principal rota de saída das drogas produzidas na Colômbia.

A difícil relação entre os dois países – sem embaixadores desde 2010 – se agravou em março passado, quando a Casa Branca impôs sanções a sete funcionários do governo de Maduro por abusos dos direitos humanos.

Diário de Pernambuco

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