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Graduada em direito e pós graduada em direito criminal e família, membro da academia de letras e artes de Goiás, tenho uma paixão pela escrita Acredito no poder das palavras para transformar realidades e conectar pessoas

A poesia da vida

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publicado em 21/04/2025 ás 07h00
atualizado em 20/04/2025 ás 21h40

Em português, dizemos: “A vida é complicada.”
Mas na poesia, dizemos:
“Caminho por labirintos de escolhas não feitas,
onde cada bifurcação é um eco da dúvida que me persegue.”

Em português, dizemos: “Estou cansado.”
Mas na poesia, dizemos:
“Meus olhos são janelas empoeiradas,
refletindo o peso das noites mal dormidas,
onde os sonhos se misturam ao que não pude ser.”

Em português, dizemos: “Quero paz.”
Mas na poesia, dizemos:
“Busco um porto seguro em meio à tempestade,
onde as ondas do caos não possam alcançar meu coração.”

Em português, dizemos: “Sinto falta de você.”
Mas na poesia, dizemos:
“As memórias dançam em um salão de sombras,
e cada risada é um sussurro do que poderia ter sido.”

Em português, dizemos: “Não sei o que pensar.”
Mas na poesia, dizemos:
“Os pensamentos se entrelaçam como cipós entrelaçados,
e a clareza se torna um sonho distante em meio ao nevoeiro.”

Em português, dizemos: “Queria ter feito diferente.”
Mas na poesia, dizemos:
“Carrego as cicatrizes das escolhas que me moldaram,
como tatuagens invisíveis que contam histórias de coragem e arrependimento.”

Em português, dizemos: “Estou perdido.”
Mas na poesia, dizemos:
“Perambulo por ruas sem nome e sem destino,
onde cada esquina guarda um fragmento do que já fui e do que ainda posso ser.”

Em português, dizemos: “Vou tentar novamente.”
Mas na poesia, dizemos:
“Ergo os destroços da minha esperança como um artista sem tela,
sabendo que a beleza pode surgir até mesmo das ruínas do passado.”

E assim, entre o cotidiano e a essência dos sentimentos,
há uma linha tênue que se estende entre o real e o sonhado.
O cotidiano fala do imediato e do palpável,
enquanto o poético busca a profundidade da alma.

O cotidiano se limita ao fato e à razão,
mas o poético se aventura no mistério e na emoção.
É na poesia que a vida ganha cores vibrantes,
onde os silêncios gritam mais alto que as palavras ditas.

O cotidiano é prisioneiro da lógica do tempo,
mas o poético flutua entre os instantes fugazes,
onde passado e futuro se entrelaçam em um abraço eterno.
Porque na poesia, a verdade é um caleidoscópio de possibilidades;
é sempre o reflexo de nossas múltiplas facetas.

E é nessa diferença que encontramos a magia:
o cotidiano nos ensina a viver com clareza,
mas a poesia nos convida a sentir com no profundidade.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB