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EDUCAÇÃO

Governador de Brasíla vai cortar salário de 3.000 professores

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publicado em 21/04/2012 ás 17h17

O governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz disse em entrevista exclusiva ao R7 DF, que os professores grevistas, há 41 dias parados, não vão receber salário.

– O ponto será cortado rigorosamente, são 3.000 professores que receberão o contracheque agora zerado.

O diretor jurídico do Sinpro-DF (Sindicato dos Professores do Distrito Federal), Washington Dourado disse neste sábado (21) que espera que a greve e a questão dos salários sejam resolvidos na próxima semana, antes do fechamento da folha de pagamentos, que ocorre após o dia 25. A Justiça determinou nesta sexta-feira (21) que 80% dos professores voltem ao trabalho e considerou a greve legal.

Veja abaixo os principais trechos da entrevista:

R7 – O Sr. está enfrentando uma dura greve dos professores. Porque está tão difícil resolver essa greve, sendo que os sindicatos são historicamente próximos ao PT. O que está acontecendo?

Agnelo Queiroz – De fato há um radicalismo muito grande. Nós concedemos no ano passado um aumento de 13, 83%, para o magistério, maior do que todas as categorias do DF, quase duas vezes a inflação e equiparamos o tíquete alimentação com o da área federal, para R$ 307, sem contrapartida. Fizemos reformas nas escolas, os horários de professores, fazem 40 horas e têm até 37% da sua carga horário para estudar e preparar aulas.
Ações que demonstram o nosso compromisso com a educação. Não concordamos em um único ponto, que é um plano de cargos e salários que comprometeria o orçamento e nos colocaria na ilegalidade. Conclamamos a continuar negociando somente a parte salarial, porque o plano já tem acordo em muitos pontos. E na hora adequada fazemos o plano de salários, entretanto os professores fizeram greve na primeira assembleia do ano.

R7 – Como o senhor avalia esse posicionamento dos professores?

Agnelo – Acho a greve injusta, porque ela é justa quando você quer repor a sua perda salarial, ou quando não tem avanços concretos, mas a gente respeita.

R7 – O senhor não esperava por essa?

Agnelo – Não, não esperava. Como vou esperar por uma greve no setor que teve os maiores benefícios?

R7 – O senhor tem enfrentado greves em várias categorias

Agnelo – Não, hoje quem está greve é o magistério. Metroviários estão em advertência, não é uma greve com conotação política. Agora essa greve [dos professores] a minha preocupação é porque fiz um esforço grande e apresentei uma proposta para 2013 que dá garantia a grande reivindicação dos professores que é a incorporação de uma gratificação.

R7 – O senhor não pode ser mais duro, um pouco?

Agnelo – Fomos democráticos.

R7 – Mas o ponto não foi cortado?

Agnelo – O ponto será cortado rigorosamente, são 3.000 professores que receberão o contracheque agora zerado. Foi anunciado desde o começo.

R7 – O senhor cortou o ponto?

Agnelo – O corte é antes, porque só depois que você faz o contracheque que você faz a apuração da folha de presença, não tem como fazer antecipadamente. Quem não compareceu evidente que não pode ter nenhuma expectativa se não trabalhou, em receber. Porque aí seria um absurdo. É a melhor das greves do mundo, deixar as crianças sem aula, e fazer uma greve e receber o dinheiro. Nem os professores vão reivindicar um negócio desses. Os que de fato estão em greve e não compareceram a aula nenhuma são cerca de 3.000 professores. E será cortado o ponto, não tenho dúvida nenhuma. Nosso grande objetivo, diante do avanço que houve, era poder retomar as aulas, para não haver prejuízo maior e continuar a discussão do plano de carreira.

R7 – Circula um vídeo de uma mãe na internet pedindo ao senhor e até ao governo federal que interfira na greve. O senhor chegou a ver o vídeo?

Agnelo – Não, eu vi vários estudantes fazendo apelo para os professores voltarem às aulas, o que atinge dramaticamente a gente que fez um esforço gigantesco. A gente sabe que as crianças que estão fora da aula, grande parte, são crianças mais pobres da população, e isso não é justo. A gente não vê ação semelhante em outras áreas que ganham até menos do que os professores.

R7 – O senhor acha que a liderança do movimento está sendo aproveitadora?

Agnelo – Eu acho que há uma intolerância de setores da área, o que não é a vontade da maioria dos professores. A grande maioria deseja que haja melhora, tem grande empenho e dedicação. Eu não tenho dúvida nenhuma. Tanto é que é uma minoria que está fazendo greve. A maioria está dando aulas. Mas os que estão em greve prejudicam um grande número de alunos. Eu fiz uma boa proposta que poderia ter acabado com a greve tranquilamente.

R7

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