João Pessoa, 29 de abril de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A fauna brasileira invadiu o vocabulário da política paraibana. De anfíbios, passando por lagartixa, camaleão e até ratos de palácio, os adjetivos têm sido cada vez mais utilizados na troca de farpas entre deputados, secretários de Governo e vereadores.
Há deputado que tem na ponta da língua o significado de cada um desses adjetivos. Que o diga o deputado estadual Anísio Maia, do PT, que de forma bem humorada, mostrou ser conhecedor de quase todos os bichos que integram a fauna política.
E dá exemplos: “O deputado lagartixa é aquele que diz sim a todas as matérias do Governo”. O colega petista Frei Anastácio e a peemedebista Francisca Motta complementam: “Esse só balança a cabeça para tudo”. Para Maia, a Assembleia Legislativa se transformou “num verdadeiro zoológico”.
Já o sapo cururu “é aquele que o Governo bota para fora e sempre volta” e o camaleão” vive mudando de cor. Ora veste a camisa de uma cor e ora veste a de outra. Ora defende o Governo e Ora ataca”, disse Anísio que teve o aval de Gervásio Maia Filho (PMDB).
De acordo com o petista, o deputado preguiça também está em alta. “Aparece na Assembleia (Legislativa) uma vez por mês”. Anísio Maia costuma fazer a chamada de presença dos parlamentares nos dias de sessão, através do Twitter. O rato de palácio “está em tudo que é inauguração, não pode saber que tem uma que está lá”.
Já o deputado Doda de Tião (PPL) tem outra definição: “Rato de palácio gosta de estar no Palácio da Redenção”. O Palácio da Redenção é a sede do Poder Executivo. Anísio também explica que o que significa o parlamentar ‘canguru’. “Vive pulando de um lado para o outro”. Para finalizar a aula sobre a fauna política, Anísio Maia conta que o deputado tipo cordeiro “é aquele que não dá trabalho a ninguém, está sempre quieto” e o escorpião, assim como o tipo cobra, “espera o momento certo para dar a ferroada (ou picada) fatal”.
Já Arnaldo Monteiro (PSC) arriscou definir apenas o significado de deputado ‘anfíbio’, que protagonizou um dos capítulos mais recentes da fauna política no Estado. “Um anfíbio tanto vive na água como na terra”, afirmou. A opinião tem o aval de Frei Anastácio e Janduhy Carneiro (PPS). Este último definiu o deputado traíra. “Na visão de quem diz, é aquele que fala uma coisa e faz outra, não cumpre com a palavra e não é confiável”.
A classificação do deputado raposa ficou por conta de Adriano Galdino (PSB). “Deputado raposa deve ser aquele que é sábio. Antes era sabido, mas agora é sábio, que tem muito conhecimento”, alfinetou.
Mislene Santos do Jornal Correio
BOLETIM DA REDAÇÃO - 26/09/2025