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Veneziano diz que nunca evitou contato com João: “Ele é o interessado”

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publicado em 08/12/2021 às 18h43
atualizado em 09/12/2021 às 03h21

O senador e presidente do MDB na Paraíba, Veneziano Vital Rêgo, concedeu entrevista nesta quarta-feira (8) ao programa Hora H, da Rede Mais Rádios. Entre as pautas, o parlamentar comentou o assunto principal dos bastidores da política: o distanciamento com o governador João Azevêdo (Cidadania).

Veneziano Vital também falou sobre a possibilidade do partido lançar seu nome para as disputas ao estado em 2022 , o choque de sete meses na agenda entre os dois ainda aliados e o lançamento do nome da senadora Simone Tebet como candidata emedebista à Presidência da República.

Para o senador, deve partir do governador João Azevêdo os contatos com “possíveis aliados”. Questionado sobre os incentivos de partidários do MDB por candidatura própria, o parlamentar evitou discorrer “sobre hipóteses”, mas lembrou que desafios existem principalmente para quem já acumulada três décadas de vida pública.

“Eu não posso aqui inverter os polos para que eu me apresente como interessado, quando na verdade o interessado é quem postula. Há não ser que isso tenha mudado para que as atribuições e responsabilidades se deem de forma diferente. Esses são os fatos, a interpretação cada um pode fazê-la imparcialmente”, respondeu.

Confira a entrevista completa:

Qual o objetivo do MDB ao lançar a candidatura de Simone Tebet?

Efetivamente como toda legenda, principalmente aquelas que sabidamente tem uma história de participação, reconhecida presença nos processos de disputas eleitorais, o MDB apresenta a apresentadora Simone Tebet com esse intuito. Eu nem discuto a qualidade extraordinária da senadora Simone Tebet, uma mulher brava, competente, altamente preparada, experimentada no legislativo, no executivo. O que nós discutimos é exatamente a oportunidade que o MDB terá a oferecer para o debate nacional. É muito salutar que as ideias possam ser apresentadas para todas as correntes. Afinal de contas quando você apresentar um maior número de ideias, sugestões, isso garante a nós eleitores chances a mais de convergência com aquele que se apresente mais próximo a nós. penso que a senadora do MDB nesse processo vai permitir um debate de alto nível, que é o que desejamos para o processo (eleitoral) vindouro.

A pauta sobre as eleições 2022 começa a ficar mais frequente no dia a dia, inclusive com lançamentos de candidaturas. Hoje em Brasília alguns aliados do senhor, a exemplo de Mikika Leitão, disse que iria levar seu nome para executiva nacional. Como se acompanha esse desenrolar e essa defesa pelo seu nome?

Eu tenho falado. Nesses últimos dias voltei a me expressar. O MDB tem sua liberdade. Não serei eu que, num partido democrático, que se ouve em respeito às opiniões e divergências, eu não vou policiar, patrulhar, impor, tolher a opinião de qualquer membro. Essa vai ser uma decisão coletiva. Não é minha, não é do deputado Raniery, do presidente Mikika, dos vereadores isoladamente falando… Eu sei que outros Mikika e outros companheiros tenham o direito de opinar nesse sentido. Quem torce por determinada agremiação partidária, deseja ver o time participando do jogo e vencendo. mas isso não significa que seja uma decisão. Uma decisão será tomada amadurecida mente por todos. Entre os quais eu próprio. Não será a condição que eu estou, de presidente, que definirá os rumos do MDB. Todos terão oportunidades de sugerir, defender suas teses. No final, vamos, majoritariamente, tê-las em defesa do propósito de um partido democrático, grande e que na Paraíba tem seu valor.

Se a legenda tiver mesmo candidatura própria, você está pronto para o desafio?

Eu não costumo falar sobre hipóteses. Eu prefiro esperar os acontecimentos nos levam às decisões partidárias para que aí sim possamos ter posições. São desafios próprios as nossas vidas como pessoa que exerce a vida partidária há 30 anos pelo menos. Nunca deixei de tê-los. Isso faz a vida da gente ter um sentido maior. Não nos tornaremos nesse instante um partido que precipita uma decisão sem que antes as cautelas e a boa discussão possam prevalecer. Vamos falar sobre casos concretos.

O senhor fez uma queixa de contato com o governador João Azevêdo. Nesse período você acredita que houve falta de interesse do governador em lhe procurar ou de você procurar o governador?

O que eu falei primeiro é que a de verdade é um longo hiato de contato por parte do governador. E aí eu respeito todas as conveniências, suas agendas, mas é fato. Faz sete meses que não conversamos sobre política. O que interpretar disso vocês próprios podem fazê-lo. Eu imagino que ainda não houve da parte do governador um interesse efetivo para com a legenda. Eu não digo para com o cidadão, integrante do MDB, Veneziano, o senador, a senadora Nilda e outros tantos companheiros. Eu falo em relação ao MDB, é preciso saber quais os propósitos (do governador) e do interesse. Não vamos mudar aquilo que é padrão. O padrão é a sugestão aos que buscam apoio e apoiadores, principalmente quando esses apoios se deram no início. Eu não posso aqui inverter os polos para que eu me apresente como interessado, quando na verdade o interessado é quem postula. Há não ser que isso tenha mudado para que as atribuições e responsabilidades se deem de forma diferente. Esses são os fatos, a interpretação cada um pode fazê-la imparcialmente.

O senhor tem o desejo de procurar o governador para colocar na mesa inclusive as queixas de falta de dialogo e conversar sobre as eleições do ano que vem?

Querido, é como você bem disse, se o governador tem essa compreensão, mais tenho eu. Coisa que não me alimenta, que não me arrefeci é a discussão, o disse me disse. Tanto é que eu passei três/quatro meses sem falar para que exatamente não pudesse. E eu sou muito cuidadoso com as palavras e com as colocações para não ser mal interpretado. Eu não sou afeito à… distante de mim a (palavra), a falta da razão e do bom debate, né.

O governador que é, a mim, parece, tem posto o candidato apresentado a uma reeleição, a ele, vamos dizer assim, essa atribuição de buscar contatos com possíveis apoiadores, isso é fato para que nós levemos sempre em consideração. Na hora que o governador achar por bem que possamos, quem sabe, conversar , eu estou à disposição em nome do MDB.

O senhor estipula um prazo para que haja uma definição do MDB?

Não há como desconhecer que precisamos ter um tempo, você não forma uma chapa proporcional em que pese estarmos nós, trabalhando efetivamente para uma e outra chapa, assembleia e a Câmara Federal, mas nós temos que ter um tempo. Nós não podemos esperar simplesmente desconhecendo que você compor, fazer um arranjo, até mesmo sob perspectivas diferentes de cenários requer um corte, vamos assim dizer, até onde possamos estar sem uma definição.O mais breve possível, e penso que nesses dias iniciais de 2022, nós teremos que tomar uma decisão. O MDB haverá de tomar essa decisão.

Os fatos envolvendo a secretária Ana Cláudia, sua ausência em eventos ao lado do governador, influenciaram nesse distanciamento? Por que você tem evitado estar ao lado do governador?

Eu nunca evitei. Se você me disser uma única vez que eu tenha evitado, poderia ir… Eu haverei de reconhecer. Mas eu não evito, não há razão alguma para que eu evite, até porque nunca o fiz. Simplesmente eu tenho as minhas obrigações, as minhas atribuições que são próprias de quem está no Senado Federal, de quem cumpre missões às vezes como presidente do Senado Federal; de quem tem que estar aqui (Senado) de segunda a sexta-feira em Brasília. E aí eu não tenho como, né. Porque afinal de contas, humanos somos e, portanto, não temos a capacidade da onipresença. Eu nunca evitei. Também nunca fui por motivos como os dois fatos envolvendo a secretária Ana Cláudia, que me fariam, como nunca fizeram à ela, reduzir um debate muito maior, uma discussão muito maior, uma apreciação e uma análise muito maior que é uma discussão em torno de relações institucionais de governo e partido. Os episódios desnecessários sabidamente desnecessários que ocorreram não nos levariam por eles a tomar quaisquer decisões. As decisões foram tomadas em conta daquilo que se pretendia no tocante ao MDB. Ademais, todas as vezes que eu estiver de sexta a tarde até segunda pela manhã e houver oportunidades de me fazer presente, eu não teria nenhuma dificuldade.

Amanhã deve ser colocada em pauta a desoneração da folha. O senhor é relator da matéria, que foi aprovada na Câmara e agora vai para o Senado, qual a expectativa em relação ao relatório?

Penso que é uma colaboração a um objeto, contido num projeto de inserção de dezessete seguimentos importantíssimos, um conjunto dos mais importantes para manutenção dos empregos e a geração de oportunidades. Então a nossa colaboração será no encaminhar do projeto favorável a aprovação do mesmo, estamos ainda finalizando e é por isso que não tenho como te dizer o seu desfecho, mas o sentido é pela aprovação, pelas razões conhecidas, pelos argumentos expendidos, pela oportunidade de termos que fazer essa prorrogação. E eu digo sempre, imagine você que se em tempos normais já seria plena, total e preferivelmente defensável esse projeto, quanto mais em períodos como esse de pandemia. Então, nós vamos pedir o apoio para a sua aprovação, na expectativa de que possamos fazer a prorrogação. Agora, algum outro ponto que porventura possa estar no relatório final, eu não tenho ainda como te dizer em face de estamos no seu acabamento.

MaisPB

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