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Kubitschek Pinheiro MaisPB
Hoje, 1º de julho, Alceu Valença chega aos 75 anos de vida. De carreira solida, são mais de cinco décadas alcançando diferentes gerações com sua sonoridade versátil e músicas de sucesso que nunca sairão do imaginário do brasileiro.
Alceu é um nome forte da música popular brasileira e um dos maiores representantes da cultura nordestina como um todo. Seu canto vem do forró, baião, maracatu, frevo, MPB e rock.
Nascido em São Bento do Una, Pernambuco, a formação musical se deu no sertão profundo, ouvindo os aboiadores no meio do mato, cordelistas, sanfoneiros e outros tocadores tradicionais da região.
O pai não queria que o filho tivesse contato com artes ou metido na boêmia. Proibia que ele tivesse contato próximo com a música, mas o destino indicava muitas canções.
Aos 15 anos Alceu ganhou um violão escondido da mãe. Nessa época já havia se mudado para Recife e mantinha contato com a cultura urbana e ouvia nomes como Dalva de Oliveira e Orlando Silva. Ao mesmo tempo que Ray Charles e Little Richard, por exemplo. Além disso, estudou direito e foi até para Harvard, mas desistiu da carreira e foi para o Rio de Janeiro com o amigo Geraldo Azevedo investir na música. Venceram. São artistas nacionais.
No Rio participou de festivais universitários, lançou o primeiro trabalho com Geraldo Azevedo, mas não obteve sucesso. Foi só com o primeiro álbum solo, Molhado de Suor (1974), que Alceu Valença se lançou para todo o país a partir da música Vou danado pra Catende, faixa que mesclava os ritmos do sertão com a guitarra elétrica pesada do rock.
Alceu, foi, inclusive, um dos pioneiros nos anos 1970 a inserir a guitarra elétrica no som das músicas nordestinas.
A experimentação continuou nos trabalhos seguintes.
Passou a conviver com expoentes da contracultura paraibana e pernambucana, como Zé Ramalho, Lula Côrtes, Paulo Rafael e Zé da Flauta.
Vale lembrar também que o período histórico que influenciou muito nessas criações. A ditadura militar é um exemplo. Contra o regime, Alceu se mudou para Paris e absorveu novas influências, conviveu com nomes como Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e leu os textos de Gilberto Freyre. De volta ao Brasil nos anos 1980, o sucesso chegou de vez, vendendo milhões de cópias nos discos seguintes.
Em abril passado Alceu Valença concedeu entrevista ao MaisPB e está programada outra conversa sobre o single “Saudade”, que ele compôs nessa pandemia e ainda não foi mostrada ao público.
Alceu Paiva Valença é artista brasileiro
OPINIÃO - 06/11/2024