João Pessoa, 31 de outubro de 2020 | --ºC / --ºC
Dólar - Euro

Kubitschek Pinheiro MaisPB
Fotos – Rodolfo Magalhães
A cantora paulista Tiê está lançando “Kudra” o quinto álbum de carreira. Ela é uma das vozes femininas mais destacadas na música brasileira atual. Com novas perspectivas sobre o tempo e a vida, o disco “Kudra”, foi idealizado e gravado nos últimos meses de pandemia, e já está nas plataformas digitais. Em formato enxuto, com seis faixas inéditas, o disco foi criado no estúdio Rosa Flamingo, e tem produção musical de André Whoong, Gianni Salles, Flávio Juliano e Adriano Cintra, além das participações especiais de Filipe Catto e de Amora, filha mais nova da Tiê. A direção geral de arte é assinada por Rita Wainer, styling de Carol Roquete e arte de Ana Ariette.
O álbum abre com a faixa “Crepúsculo”, uma parceria de Tiê e Flávio Juliano, com produção dele e de Gianni Salles. Em seguida, a canção “E Nasce Uma Mãe”, que explora a maternidade no sentido de cuidar, de aprender: “quando nasce um bebê, também nasce uma mãe”, diz. As outras faixas são “Lado bom”, “E Daí?” e “Estranhos”.
A artista, que já morou no Japão e em Nova York, fez turnê com o Toquinho antes de traçar os projetos solos e gravou ao lado de David Byrne, Jorge Drexler e Luan Santana.
Nos quatro discos lançados com canções autobiográficas, turnês internacionais, participações em grandes festivais, dez músicas emplacadas em trilhas sonoras de novelas e diversas parcerias musicais, a cantora Tiê celebra seus dez anos de carreira em 2020 e o caminho que percorreu para chegar ao atual momento profissional.
Em, entrevista ao MaisPB, pelo telefone, Tiê comenta o novo disco, faz um analise dos dez anos de carreira, fala das filhas Amora e Liz e volta a lembrar canção “Você não vale nada mais eu gosto de você”, de Dorgival Dantas, que ela gravou no disco “Sweet Jardim”, além das lives e do tempo em que foi modelo. E muito mais.
Confira abaixo o papo na íntegra:
MaisPB – o nome do disco “Kudra” quer dizer amor?
Tiê – Tem uma origem árabe nesse nome, que quer dizer amor. Como é o nome de uma das canções, eu achei bonito, e tem um mistério. E é um nome de família. Então, como Amora (filha), canta comigo, achei interessante ser o nome no disco e é uma família nova.
MaisPB – Falando em Amora, como foi gravar com ela e porque a letra em inglês?
Tiê – Ela vai fazer oito anos, é muito bem resolvida, estava comigo no estúdio. Eu falei, Amora, quer cantar comigo, ela veio e cantou. Chamei minha outra filha Liz, mas ela não quis. Eu sempre chamava ela de Flor de Liz, mas agora não dá mais porque tem aquela maluca da deputada federal, que virou caso de policia.
MaisPB – Esse disco foi todo produzido na pandemia?
Tiê – Ele foi resolvido nesse momento de pandemia, mas algumas ideias já tinham sido começadas. “Crepúsculo” ( primeira faixa) eu já começado a fazer. O que eu fiz nesse período foi trabalhar em cima das músicas, produzi, cuidei bem das letras. Na canção “Nasce uma mãe”, (segunda faixa) tinha uma parte que falava: “o mundo canta quando você chora”, e eu resolvi tirar. Nesse momento em que tem muita gente morrendo e outras chorando, não faria sentido. Fiz a edição das letras, coisa que eu nunca tinha feito.
MaisPB – Os arranjos são seus, letras e músicas?
Tiê – Sim, a produção é do André Whoong. Tem algumas coisas que tem outros parceiros. A música em inglês (Kudra) é feita com um amigo meu Flávio Juliano, que é meu vizinho, “Crepúsculo”, ele também fez comigo.
MaisPB – A canção “Crepúsculo” parece feito para uma trilha sonora e sua voz aparece diferente em cada canção?
Tiê – Isso foi interessante, eu consegui fazer registro bem diferentes. A canção “Crepúsculo”, e aquele começo com cello, tem algo cinematográfico, como você falou, é bem marcante.
MaisPB – Vamos falar da canção “E nasce uma mãe”?
Tiê – Eu fiz para todos nós, todas as mães e todos pais, porque não se trata só da relação com bebês. Vem de qualquer coisa que você cuida, essa relação da troca, de você cuidar de uma pessoa que acaba cuidando de você também. É muito bom dar atenção. Essa troca é muito importante quando você dá e recebe amor, seja uma criança, um bicho ou uma planta, você acaba se cuidando nesse momento, porque tem o retorno do universo. Quando nasce um bebê, nasce a mãe também.
MaisPB – E essa música com Felipe Catto?
Tiê – Ele é muito querido, somos amigos há muitos anos e essa música, essa melodia harmonia eu fiz com André Whoong e ai enrosquei na letra e mandei para o Catto, eu só tinha o refrão e dai, e daí, e dai. Ele acrescentou mais e eu terminei.
MaisPB – A canção “Estranhos”, ( quinta faixa), reflete no momento em que estamos vivendo…
Tiê – É sim, foi feita para um fim de um relacionamento, mas também desse tempo de hoje. Muita gente se identificou com essa canção. A gente precisa colaborar para que as coisas fiquem bem. Não temos muitas opções. Precisamos sair dessa situação.
MaisPB – Qual sua avaliação dos dez anos de carreira?
Tiê – Eu cantava em bares, depois fiz turnês com Toquinho, meu grande professor. São dez anos autorais, claro que tem os treinos e aulas e já tenho mais tempo. Como toda carreira, tem os momentos bons e outros que não são bons. Eu revendo coisas, nesses dez anos eu fui bem, conquistei bastante gente, boas parcerias, levei minha música até onde eu nem imaginava. Minha carreira tem uma maturidade e tem uma consistência.
MaisPB – Como aconteceu as turnês com Toquinho?
Tiê – Isso durou dois anos, ele é um grande amigo, um professor, um mestre. Foi muito especial trabalhar com ele.
MaisPB – Você cantou com João Donato?
Tiê – Foi no Rock in Rio. Ele é um musico da maior importância. Donato é muito bacana, humilde, doce, tudo de bom.
MaisPB – E essa temporada que você morou no Japão?
Tiê – Isso foi quando eu era modelo. Eu tinha 13 e 15 anos. Depois eu voltei lá para mostrar meu trabalho, minha música. Também trabalhei como atriz na TV Manchete. Tudo foi experiência
MaisPB – Como andam as lives?
Tiê – Eu tenho feito algumas, mas acho há um excesso de lives.
MaisPB – Você gravou a canção “Você não vale nada mais eu gosto de você”, de Dorgival Dantas no seu disco “Sweet Jardim” Vamos fazer dessa canção brega?
Tiê – Eu adoro essa música de Dorgival Dantas. Eu gravei porque acho que muita gente gosta dessa canção como eu, ela é bem divertida. É um sarro, é uma realidade. O clipe dela é ótimo, que foi dirigido por Vera Egito
ENTREVISTA À REDE MAIS - 10/11/2025