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Ele foi um dos precursores da soul music, um estilo que surgiu do seu desejo de misturar os estilos de música que ele amava, o R&B, o jazz, o gospel e o blues. Era um intérprete único, com uma voz distinta, inesquecível. Seu sucesso no mundo da música foi algo notável, ainda mais se considerarmos sua infância trágica, ainda mais dura que a da maioria dos artistas negros de origem humilde. Além de ficar cego aos 7 anos de idade, tornou-se órfão ao perder a mãe aos 14, idade em que começou sua carreira de músico.
Ray Charles foi um dos primeiros artistas a se colocar contra os shows em teatros com plateia segregada. Nos anos 60 colocou-se ao lado dos negros nas lutas pelos seus direitos civis. Mas não era um artista politicamente consistente.
Apresentou-se em 1981 em Sun City, na África do Sul, durante um boicote internacional de artistas que protestavam contra a política do apartheid. Na época ignorou totalmente as críticas. Além disso em 1984 chegou a fazer shows em apoio ao Partido Republicano e à candidatura presidencial de Ronald Reagan. Neste ponto Ray era semelhante a outros artistas como James Brown, que também tiveram posições políticas equivocadas. Políticos de direita se aproveitam da inocência política destes artistas para usá-los para os seus próprios fins e não por uma suposta afinidade ideológica.
Nada disso, no entanto, obscurece a importância de sua obra, primordial por expressar a voz do povo negro e por levá-la a um novo patamar, reconhecido em todo o mundo. Ao fim de sua vida gravou mais de 60 álbuns e fez mais de 10 mil shows.
Ray Charles Robinson nasceu em 23 de setembro de 1930 em Albany, estado da Geórgia, Estados Unidos, filho do trabalhador Bailey Robinson e de Aretha Williams, lavadora de roupas em Greenville, Flórida.Morreu de câncer em junho de 2004. Tinha 73 anos e poderia ter feito muito mais pela musica.
Em 30 de novembro de 1990, Ray Charles se apresentou no Teatro Guararapes do Recife. Na plateia, dois paraibanos, o jornalista Silvio Osias e Marcio Roberto Soares Ferreira.
Segundo Sílvio, em texto publicado hoje, “durante 60 minutos, Ray Charles exibiu sua arte profunda e exuberante e foi embora sem bis. Do jeito que costumava fazer nas suas performances ao vivo”;
Ray Charles vive entre nós.
Kubitschek Pinheiro MaisPB com informações do site Diário Causa Operária
MaisPB
QUALIDADE DE VIDA - 24/04/2025