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Médica paraibana com residência em Medicina do Sono pelo Hospital das da Faculdade de Medicina da USP, título de especialista em Neurologia pela Academia Brasileira de Neurologia, membro da Academia Brasileira de Neurologia, título de especialista em Neurofisiologia pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia

Aromaterapia e sono

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publicado em 12/08/2020 às 06h34

O sono de boa qualidade é capaz de melhorar a saúde e o bem-estar; por outro lado, a falta de sono pode desencadear fadiga, sonolência, nervosismo, tontura, instabilidade, desorientação e distúrbios de atenção.

Terapias medicamentosas são amplamente utilizadas como intervenções clínicas para os mais diversos distúrbios do sono. No entanto, problemas como letargia e confusão durante o dia e o consumo habitual de drogas aumentaram o interesse em abordagens não farmacológicas. Recentemente, a aromaterapia se tornou uma prática terapêutica pois é econômica, tem menos efeitos adversos do que as terapias medicamentosas, e melhora a sensação de bem-estar.

A aromaterapia envolve o uso de óleos, como lavanda, gerânio, tangerina, bergamota e manjerona, extraídos de flores, caules, folhas, raízes e frutos de várias plantas que são absorvidas pelo corpo através da pele ou sistema respiratório para melhorar a saúde mental e corporal. Destes, os mais comuns usados no sono são lavanda e bergamota. Os efeitos da aromaterapia são alcançados através da inalação, banho ou massagem. O uso da aromaterapia é simples, não requer instrumentos especiais e resulta em resultados positivos mesmo quando usado por um curto período de tempo.

O perfume das partículas atinge o sistema límbico através dos nervos olfatórios e pode produzir efeitos sedativos e relaxantes, que por sua vez influenciam a pressão arterial, frequência cardíaca, reprodução, memória e resposta ao estresse. Vários estudos avaliaram os efeitos da aromaterapia, e os resultados indicaram que a aromaterapia diminui muitos fatores psicológicos, incluindo depressão, ansiedade e estresse; tem efeitos positivos na fadiga, pressão arterial, pulso e sono; podendo proporcionar também o alívio da dor.

Mas o que dizem os estudos científicos de grande impacto sobre o assunto? A aromaterapia tem um efeito moderado no sono, que é maior do que seu efeito no alívio da dor, porém menor do que seus efeitos psicológicos e mentais, nos sintomas de ansiedade, depressão e estresse. Pesquisas adicionais sobre o tipos de aromas, tempo e período de intervenção são necessárias para analisar os reais efeitos da aromaterapia. Ainda, os efeitos da aromaterapia na melhora do sono devem ser verificados medindo indicadores da polissonografia e não apenas questionários, como os estudos publicados até o momento. Ou seja, a aromaterapia pode ser utilizada como ferramenta para melhorar a qualidade de sono, porém ainda não deve ser indicada como tratamento para os distúrbios de sono.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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