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Médicos negam atestados de virgindade a famílias

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publicado em 11/01/2019 às 16h50
atualizado em 11/01/2019 às 13h52

Segundo o jornal Assabah, médicos marroquinos que atuam nos setores público e privado agora se recusam a fornecer o certificado de virgindade exigido por algumas famílias do futuro marido, ou por ele próprio. Os profissionais de saúde citam três razões para sua recusa em praticar o “teste da virgindade”: falta de respeito pelas mulheres, a completa inutilidade do procedimento, que acaba se tornando uma fonte de problemas físicos e psicológicos. Além disso, legalmente o certificado de virgindade não tem valor legal em Marrocos.

Segundo o site de France Info, em outubro de 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Conselho de Direitos Humanos e a ONU Mulheres condenaram por unanimidade, em um comunicado conjunto, o teste de virgindade. É “uma violação dos direitos humanos de meninas e mulheres e pode ser prejudicial ao seu bem-estar físico, psicológico e social. O exame pode ser doloroso, humilhante e traumático. Como esses procedimentos são desnecessários e potencialmente prejudiciais, é antiético para os médicos ou outros profissionais de saúde realizar tais procedimentos, que nunca devem ser executados”, disseram os organismos internacionais.

Os dois métodos mais comuns para “testar a virgindade” são a inspeção do hímen ou a inserção de dois dedos. Cada um desses métodos é baseado em um equívoco, que não encontra subsídios científicos: o preceito que diz que a aparência do sistema reprodutivo feminino é um indicador de sua atividade sexual, ou não. Além disso, os profissionais de saúde consideram que, com a banalização da operação de reconstrução do hímen (himenoplastia), os testes não constituem uma prova da virgindade de mulheres jovens.

No entanto, em agosto de 2018, quando o governo acabava de anunciar a reintegração do serviço militar obrigatório para homens e mulheres, houve vários rumores de um teste de virgindade que seria exigido pelo Exército para todas as mulheres convocadas. O governo teve que intervir para negar categoricamente essa fake news.

RFI

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