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Lideranças reprovam “catequese” nas escolas

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publicado em 25/09/2017 às 22h58
atualizado em 26/09/2017 às 04h24
Programa Frente a Frente debate ensino religioso nas escolas (Foto: MaisPB)

Programa Frente a Frente debate ensino religioso nas escolas (Foto: MaisPB)

O Supremo Tribunal Federal se debruça sobre processo relativo à oferta de ensino religioso nas escolas do país. O programa Frente a Frente, da TV Arapuan, reuniu lideranças para discutir o tema nesta segunda-feira.

Todos concordaram que o ensino religioso não pode funcionar como catequese e impor uma linha religiosa a ser seguida.

A ação foi ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) questiona o ensino religioso confessional (vinculado a uma religião específica), ao considerar que tal ensino deve ser voltado para a história e a doutrina das várias religiões, ensinadas sob uma perspectiva laica.

O julgamento foi suspenso, mas por enquanto, cinco ministros já se posicionaram a favor do ensino não confessional.

Estado laico

Anísio Maia, deputado estadual (Foto: MaisPB)

O deputado estadual Anísio Maia ressaltou não ser contra o ensino religioso nas escolas, no entanto, destacou que o Estado deve ser independente da religião. O parlamentar inclusive revelou que irá apresentar projeto na Assembleia Legislativa relativo ao ensino religioso.

A proposta tem o objetivo de tornar obrigatório o ensino religioso nas escolas públicas.

“A lei é clara. Hoje juiz pode tudo, a nossa Constituição não serve para nada, só para gente lutar por ela”, disse Anísio, pontuando que apesar do Estado ser laico isso nunca ocorreu na prática. “Até hoje as religiões têm símbolos religiosos”, afirmou.

Ensino religioso facultativo

Deputado estadual Raoni Mendes (Foto: MaisPB)

“A religião tem que ser ensinada pelos pais, mas tem que ser prevista nas escolas. Existe algum mal nisso?”. O questionamento foi feito pelo deputado estadual Raoni Mendes durante o debate.

O parlamentar ressalta que o respeito ao próximo deve ser o princípio de qualquer religião. “Eu não imponho a minha religião, como gostaria que não impusessem e não é assim que acontece. Que mal fará o ensino religioso no nosso país?”, indagou.

Para ele, o ensino religioso pode ser facultativo nas escolas do pais. “O ensino religioso é bem vindo para quem quer”, frisou.

Multiplicidade de denominação religiosas

Tárcio Teixeira, mestre em Serviço Social (Foto: MaisPB)

Ao expor sua opinião sobre o tema, o mestre em Serviço Social, Tárcio Teixeira, destacou que há na Paraíba mais de 70 denominações religiosa autodeclaradas em pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Não pode haver imposição de uma ou outra religião. Essa diversidade deve ser respeitada”, frisou Teixeira. Segundo ele, é importante que a diversidade religiosa seja abordada, levando em consideração que ela existe até mesmo dentro do cristianismo.

Para ele, em se tratando de escolas públicas, os recursos, que também são públicos, não podem ser canalizados para uma religião específica.

Responsabilidade da família

Pastor Antomari Trajano (Foto: MaisPB)

Para o pastor Antomari Trajano, o ensino religioso é responsabilidade das famílias e da igreja. No debate, ele destacou as diferenças entre o ensino religioso confessional e não confessional.

“No confessional o professor confessa sua fé na própria aula”, explicou, criticando a catequização em sala de aula. “O não confessional traz muito pra questão política, quer tirar a instrução religiosa e inserir a instrução histórica, detalhando cada religião”, afirmou.

Ele se posicionou contra o fim do ensino religioso, mas defendeu que os alunos possam optar por participar ou não das aulas e manifestações religiosas que por ventura ocorram nas escolas.

MaisPB

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