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Pescadores narram desafios de viver do mar

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publicado em 27/10/2019 às 08h00
atualizado em 27/10/2019 às 15h03

Para viver do que o mar oferece, é preciso coragem para enfrentar os desafios que ele traz para quem ouse desafiá-lo.

É o caso dos pescadores Manoel Targino dos Santos, da Praia de Tambaú; Francisco de Assis de Melo, da Praia da Penha e José Paulo, de Baía da Traição, que, assim como outros, desde cedo vivem entre a terra e a água. Trabalho que tem ficado cada vez mais difícil.

À reportagem da MaisTV, canal de vídeo do Portal MaisPB, eles narram histórias curiosas sobre suas vidas no mar, situações de perigo e motivos pelos quais muitos não desejam que seus filhos sigam seus caminhos. {Veja vídeo abaixo}

“Quando comecei, para matar 150 quilos de peixe era ligeiro, hoje tem que levar entre quatro a cinco dias. Tudo está difícil. Nenhuma praia tem mais a produção de trinta anos atrás”, desabafa Manoel Targino, que, mesmo aposentado, ainda continua pescando.

“Hoje tem muitos barcos pescando e também o que influencia é o tipo das armadilhas. Antigamente um barco colocava 200 a 300 metros de redes. Hoje quem menos coloca, arma dois quilômetros. Isso prejudica muito a pesca artesanal”, acrescenta Francisco de Assis de Melo.

Além de todos os problemas enfrentados para trazer o peixe do mar à praia, os pescadores têm que enfrentar em terra a figura do atravessador que acaba ficando com grande parte do lucro entre a pesca e o consumidor.

“O pescador vende até barato quando entrega ao atravessador. Esse lucro não passa para o pescador não”, afirma Francisco de Assis.

“Eu sempre vendo o peixe entre R$ 15 e R$ 16 reais. Se eu preciso comprar esse mesmo peixe para um amigo pagarei vinte e cinco. Isso é explorar”, complementa José Paulo.

Mesmo diante das atuais circunstâncias ‘quem é do mar não enjoa’. Eles garantem que continuarão navegando sobre as águas em busca dos peixes até quando puderem.

“O meu prazer estar naquela tranqüilidade. Dedico a ele até o fim da minha vida”, afirma José Paulo.

“Meu filho pede para eu parar de pescar. Tenho filho pescador que quer assumir o meu lugar, mas eu não quero parar não”, adiantou Francisco de Assis.

Aproximadamente 30 mil pessoas vivem da pesca na Paraíba. São trabalhadores que atuam de forma artesanal nas águas do interior (rios, açudes e barragens), no litoral (mangue e mar) e pesca industrial, que ainda é praticada por poucos no Estado.

Confira a reportagem:

MaisPB

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