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Francisco Leite Duarte é Advogado tributarista, Auditor-fiscal da Receita Federal (aposentado), Professor de Direito Tributário e Administrativo na Universidade Estadual da Paraíba, Mestre em Direito econômico, Doutor em direitos humanos e desenvolvimento e Escritor. Foi Prêmio estadual de educação fiscal ( 2019) e Prêmio Nacional de educação fiscal em 2016 e 2019. Tem várias publicações no Direito Tributário, com destaque para o seu Direito Tributário: Teoria e prática (Revista dos tribunais, já na 4 edição). Na Literatura publicou dois romances “A vovó é louca” e “O Pequeno Davi”. Publicou, igualmente, uma coletânea de contos chamada “Crimes de agosto”, um livro de memórias ( “Os longos olhos da espera”), e dois livros de crônicas: “Nos tempos do capitão” …

Dom e Bruno

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publicado em 17/06/2022 às 07h00
atualizado em 16/06/2022 às 18h09

O assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Fhillips rasga a alma brasileira de um canto a outro e expõe a brutalidade de uma sociedade violenta e cruel. É de estarrecer os nossos sentidos. É a própria humanidade que é sacudida e posta em prova.

A gente, porque ainda acredita no ser humano, quer pensar que seja apenas omissão governamental, o que já seria muito grave, dado que faz tempo que a região pega fogo, pessoas são assassinadas, indígenas dizimados, o meio ambiente conspurcado, a boiada entrando por todas as porteiras abertas da irresponsabilidade.

No entanto, pois mais que isso seja estarrecedor, um discurso beirando a insanidade corre por dentro das veias da institucionalidade e põe um alerta em vermelho: O Brasil arde nas labaredas do inferno. E mais: É como se o país estivesse paralisado, purgando uma pena pelas escolhas tão mal feitas, pela entrega da nação a um discurso raivoso, violento, cínico, hipócrita.

Não haveria razão alguma para enxergar luz no final do túnel. Mas, há. A vida das vítimas – Bruno e Dom –  na forma como eles a construíram, os valores que incorporaram, a preocupação com a coletividade, a coragem de enfrentar os poderosos, a humanidade estampada em cada gota de suas vidas, tudo isso grita para cada um de nós: resistam!

A desoneração do cargo da FUNAI de um servidor público exemplar é revoltante; a vida e a morte desses dois seres humanos exige respeito. A vida há de resistir, Bruno; A vida há de resistir, Dom. Que o país aprenda rápido e defenestre esses canalhas da Floresta amazônica.

E que comece já: quem foram os mandantes?

@professorchicoleite

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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