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Os 80 anos da APL e seus desafios

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publicado em 15/09/2021 às 10h35

Sem dúvida, é a Academia Paraibana de Letras (APL) a referência maior dentre todas as Academias da Paraíba. E isto ocorre não só por ser a mais antiga (fundada em 14/09/1941) e, como tal, também chamada de “Academia Mãe”. Isto acontece especialmente porquanto se constituiu, ao longo de todo seu tempo de atividades, em “um centro ativo, vivo e dinâmico, estuante de entusiasmo”, como assinalado em seu próprio “site”! E esse conceito faz mesmo por merecer, de maneira que, exaltando esses 80 anos de funcionamento, o Jornal A União de 14 de setembro corrente conferiu-lhe uma página inteira e destacou a concretização do que Coriolano de Medeiros (seu primeiro presidente), juntamente com os outros fundadores, idealizaram: – criar a “Casa do Pensamento da Paraíba”!

São importantes os desafios da APL nessa preservação como “Casa do Pensamento”. E “pensamento” não fica restrito à defesa da tradição ou preservação da memória. Este termo “pensamento” está muito relacionado, também, àquele “centro ativo, vivo e dinâmico”, o que de igual modo corresponde a posicionamentos adequados a cada tempo, como o de hoje. E hoje, ano 2021 (80 anos depois da fundação da APL), um dos desafios à sociedade é o de – mais do que só discursar – promover/praticar a igualdade de gênero, no caso a partir de suas veneradas Academias!

O quadro de hoje, entretanto, a começar pela mais famosa e mais antiga das Academias do Brasil, a ABL (Academia Brasileira de Letras), é  de disparate nesse aspecto da igualdade de gênero: – dentre as 40 Cadeiras de sua estrutura funcional, somente 5 (cinco) estão ocupadas por mulheres (Ana Maria Machado, Cleonice Bernardino, Rosiska Darcy de Oliveira, Lygia Fagundes Teles e Nélida Pinon). Ou seja, a cada 8 cadeiras, apenas 1 está ocupada por mulher!…

Este quadro, todavia, não é tão diferente do que ocorre na APL, em que de suas 40 Cadeiras, em apenas 6 (seis) figuram mulheres (Ângela Bezerra, Elizabeth Marinheiro, Fátima Bezerra, Maria das Graças Santiago, Maria do Socorro Aragão e Maria Mercedes Cavalcanti). É praticamente aquela mesma proporção hoje prevalecente na ABL em que para cada 8 Cadeiras somente 1 (neste caso da APL, 1 vírgula alguma pequena fração) está ocupada por mulher!

Na Academia da qual participamos, a APCA (Academia Paraibana de Ciência da Administração), essa proporção está melhor, vez que das 31 Cadeiras atualmente ocupadas, 9 (nove) o estão por mulheres. Corresponde a números próximos de que para cada 6 Cadeiras, 2 (duas) estão ocupadas por mulheres. Todavia, já há um grupo de acadêmicos na APCA empenhado na articulação no sentido de que seja aprovada uma reforma no estatuto para que, através de um parágrafo acrescentado na parte que trata das eleições, para que cada Cadeira que se apresente vaga, seja, alternadamente, e explicitamente, destinada exclusivamente a um dos gêneros: uma vez a homem, de outra vez a mulher, e assim sucessiva e alternadamente!

Nossa torcida é a de que a APL adote um procedimento assim, isto porque, sendo a Academia Mãe e Casa do Pensamento da Paraíba, essa postura será vista como exemplo para as demais Academias que passariam a imitá-la e, consequentemente, também promoverem efetivamente (saindo do mero discurso) a igualdade de gênero!

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