João Pessoa, 05 de junho de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
LITORAL

Animal raro e ameaçado de extinção é visto na PB

Comentários: 0
publicado em 05/06/2021 às 15h52
atualizado em 06/06/2021 às 06h49
Lontra foi fotografada quando procurava alimento em Cabedelo (foto: Petrúcio Medeiros)

O biólogo e fotógrafo da natureza, Petrúcio Medeiros, registrou e filmou pela primeira vez uma lontra em ambiente natural no município de Cabedelo.

A lontra é conhecida no meio científico como Lontra longicaudis (Olfers, 1818) e está sob algum grau de ameaça em toda a sua distribuição desde o México ao Uruguai, constando na classificação mundial como “Quase Ameaçada” de extinção pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Animal pouco conhecido no nordeste brasileiro, L. longicaudis é considerada “Quase Ameaçada” sendo “Vulnerável” no bioma Mata Atlântica.

A lontra é um animal de médio porte, apresentando o corpo alongado, pernas curtas com membranas interdigitais, cauda longa e adaptada para a propulsão na água. Esta espécie é um predador semi-aquático de topo de cadeia trófica, seu hábito alimentar pode variar de acordo com o ambiente em que vive, neste sentido a lontra pode possuir hábitos generalistas, alimentando-se de vários itens alimentares, mas priorizando peixes e crustáceos. O conhecimento a cerca do tamanho das populações, sua composição e ainda como a expansão das atividades antrópicas afetam sua distribuição e as consequentes modificações da paisagem que ameaçam sua ocorrência ainda são escassos.

A espécie possui comportamento solitário e discreto, sendo difícil de visualizar em ambiente natural. Por essa razão em vários estudos a sua ocorrência é confirmada principalmente por meio da identificação de vestígios, como pegadas, tocas e fezes, e entrevistas com pessoas das localidades estudadas.

Daí a importância do registro inédito no município de Cabedelo, feito pelo biólogo que relata que a bastante tempo vem acompanhando a fauna local, porém desta vez foi surpreendido com o animal se aproximando tranquilamente em sua direção e que em nenhum momento demostrou comportamento de fuga ou defesa de território, continuando sua busca por alimento calmamente sem se incomodar com sua presença.

O biólogo pontua que com a crescente expansão imobiliária, os poucos ambientes naturais do município que ainda restam, precisam ter mais conhecimentos e estudados para evitar ou minimizar os impactos sobre a fauna e a flora.

Estes estudos também podem auxiliar nas avaliações das licenças ambientais emitidas pelos órgãos ambientais, como prova esse raro registro feito pelo biólogo. Ele também alerta sobre a necessidade de planejar e executar atividades de conservação, a criação de novas Unidades de Conservação (UC’s), e principalmente um trabalho de educação ambiental com as comunidades locais para que assim esclareça o papel destas espécies no ecossistema.

MaisPB

Leia Também