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Na API, a Arapuan em livro

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publicado em 09/11/2020 às 13h17

Data mesmo marcante o recente 7 de novembro, não só porque a partir de 2006, através da lei 11.327, foi instituída como o Dia Nacional do Radialista, mas, sim, principalmente, porque na manhã do respectivo sábado, no auditório da API (Associação Paraibana de Imprensa), em solenidade coordenada por seu presidente, jornalista João Pinto, e realizada com obediência a todos os protocolos sanitários que o presente tempo exige, foi lançado o livro “A Arapuan e o rádio paraibano – Uma Biografia Dual”, de autoria do renomado historiador José Octávio de Arruda Melo.
Esse livro, assinado – como já disse – por Zé Octávio, também conta com importantes escritos dos jornalistas/radialistas Gilson Souto Maior e Luiz Torres. Além de propriamente historiar a Rádio Arapuan, também registra que “Na passagem de 1949 a 1950, certo personagem foi visto próximo ao Ponto de Cem Réis pintando nas calçadas a enigmática expressão ´Arapuan, o que será?´” e que esse personagem era o famoso autor de “Meu Sublime Torrão”, Genival Macedo, que, com essa “chamada”, anunciava a transformação de um simples serviço de alto falante em uma real emissora de rádio.

Essa obra histórica sobre a Rádio Arapuan não poderia deixar de também historiar sobre um de seus principais responsáveis, o cara que é a cara dessa Rádio até os anos 70/80: Otinaldo Lourenço!
A solenidade estava repleta de personalidades da radiofonia “de ontem e de hoje”. Entre os de ontem (aliás, anunciou que recentemente oficializou sua aposentadoria, porquanto estava em plena atividade como narrador esportivo da Rádio Tabajara), permita-me só ele eu mencionar: Eudes Toscano. Entre os de hoje, o jornalista Luiz Torres, que se pronunciou em nome do empresário João Gregório (presidente do Sistema Arapuan), igualmente ali presente.

Enquanto ouvia os pronunciamentos, eu folheava o livro… e de pronto observo nele constar um capítulo sobre a “Resistência Democrática de Uma Emissora”. Não me contive em pedir para também dizer algumas palavras, estas para registar ser testemunha dessa resistência democrática, vez que, em 1965, eu como presidente do Grêmio Técnico Estudantil da então Escola Técnica Federal da Paraíba, solicitara da direção da emissora um espaço semanal para apresentar, às tardes dos sábados, um programa especificamente estudantil, denominado “O Ensino Industrial em Revista”. Atente-se: o Brasil vivia, e era bem recente, a Ditadura Militar. E Otinaldo Lourenço, diretor geral da emissora, não apenas autorizou, como, ao longo do tempo, nenhuma restrição fizera, mesmo sabendo que no Grupamento de Engenharia havia o monitoramento do programa. Precisa ser dito, de igual modo, que em relação a esse programa estudantil nunca houve qualquer interveniência por parte das autoridades oficiais desse tempo.

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