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Colaço: “Acredito que as mudanças para médio prazo serão antecipadas”

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publicado em 30/09/2020 às 16h15
atualizado em 30/09/2020 às 16h13

Kubitschek Pinheiro MaisPB

O professor escritor Antônio Colaço Martins Filho, colunista do MaisPB, é doutor em Ciências Jurídicas Gerais pela Universidade do Minho – UMINHO (Portugal) e  mestre em Ciências Jurídico-Filosóficas pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto (Portugal). Talentoso, ele tem graduação em Direito pela Universidade Federal do Ceará.

Escritor de temas jurídicos, Colaço Filho é autor de “Da Comissão Nacional da Verdade: incidências epistemiológicas” e “Direitos Sociais: uma década de justiciabilidade no STF”.  Ele é chanceler do Centro Universitário Fametro – UNIFAMETRO (CE), que integra rede de Centros Universitários instalados no Nordeste, a exemplo do Uniesp, que já tem mais vinte nos em solo paraibano, onde ele diretor Executivo de Ensino.

Em entrevista ao MaisPB, ele fala da expansão do Uniesp, um projeto arrojado que se tornou referência em nosso Estado, (sempre com conceito elevado pelo MEC. e que já formou milhares de alunos), da retomada das aulas em todo país, com segurança, além de formatar sua opinião sobre o Brasil, educação, pandemia e, como aconteceu esse vínculo forte entre a família Colaço Martins e nosso Estado.

MaisPB – Vocês investiram muito no Uniesp, que cresceu e já e tem quase dez mil alunos. Qual a importância de ter um Centro Universitário na Paraíba?

Colaço Filho – O Centro Universitário é da Paraíba e para a Paraíba. Para nós, é motivo de muito orgulho e nos inspira grande responsabilidade sabermos que mantemos uma Instituição de educação que é acolhida pelo paraibano. Hoje, somos uma família híbrida – temos cearenses e paraibanos. Sendo que todos temos fortes vínculos afetivos e profissionais com a Paraíba e seu povo. Tenho muitos funcionários do UNIESP como amigos pessoais, com quem compartilho interesses e visões de mundo.

MaisPB – Há quantos anos a família trabalha com educação superior e quais os espaços no Nordeste?

Colaço Filho – Minha mãe é professora desde os 17 anos, profissão que minha avó materna também exerceu. Meus pais foram professores universitários por muitas décadas e meu pai foi Reitor de uma Universidade da Livre Iniciativa (UNIFOR) e de uma universidade estadual. Quando fundaram a Fametro, hoje Unifametro, e ingressaram no Iesp, hoje Uniesp, já tinham bagagem e o principal requisito para atuar nesse ramo – o amor pela educação.

MaisPB – Qual a satisfação da família Colaço Martins de já ter colocado no mercado milhares jovens paraibanos?

Colaço Filho – Isso é o que nos motiva: criar experiências universitárias memoráveis, inspiradoras e promover uma transformação pessoal e social, sempre respeitando os valores e tradições locais. Para preservar esse vínculo local, contamos com os préstimos da magnífica reitora Érika Marques e da pró-reitora professora Iany Barros, duas profissionais que encarnam a força e a competência da mulher paraibana.

MaisPB – Como você avalia o Brasil hoje, em relação a educação, se ainda estamos em pandemia?

Colaço Filho – Acredito que as mudanças outrora vislumbradas para médio prazo serão antecipadas. A educação a distância terá mais aceitação do que anteriormente. O fundamental, sobretudo, é entender os anseios dos alunos e se adaptar rapidamente para atendê-los. O UNIESP está atento e preparado para essa nova realidade. Temos o corpo gestor altamente qualificado, professores com experiência e titulação, funcionários engajados e os melhores alunos.

MaisPB – Você é o chanceler do Centro Universitário Fametro. Quais as suas atribuições, fale-nos desse gigantesco empreendimento educacional?

Colaço Filho – Chanceler é o nome que se dá ao representante legal das pessoas jurídicas mantenedoras de Centros Universitários e Universidades. A nomenclatura remete àquele que controla o acesso (cancela). Portanto, o chanceler abre as portas da Instituição para a sociedade. Mas, também, afasta o Centro Universitário daquilo que é estranho às suas finalidades.

MaisPB – O que a Unifametro fez para retomada dos alunos, assim como o Uniesp?

Colaço Filho – Criamos comitês e tomamos todas as medidas estipuladas nos decretos estaduais e municipais. Além disso, adotamos ações complementares que julgamos necessárias para proteger nossos alunos, corpo docente e funcionários. A Magnífica Reitora Érika e a competentíssima Pró-reitora Iany capitanearam esse processo no UNIESP. Em Fortaleza, Ana Cristina e Edson Ronald assumiram a dianteira dessa empreitada.

MaisPB – Você tem escrito bons textos para o MaisPB, mostrando analises sobre educação, economia e até o mundo da literatura. Vamos falar sobre isso?

Colaço Filho – Escrever é uma terapia. Eu sou um anotador de histórias, reflexões, palavras, figuras de linguagem. A escrita me permite fazer conexões e congregar esses elementos que coletei em um texto. Procuro escrever textos que gostaria de ler. Por isso, via de regra, trago um elemento da literatura ou uma reflexão doutrinária e faço conexão com algo mais do cotidiano ou da atualidade. O responsável por essa experiência maravilhosa é o jornalista que me entrevista agora, meu amigo Kubitschek Pinheiro (editor de Cultura e de Opinião do MaisPB).

MaisPB – Que prazo, você acredita que as coisas realmente voltarão ao normal no Brasil?

Colaço Filho – Creio que voltarão ao normal. Contudo, algumas tendências pós-covid persistirão, a meu ver. Mudanças arquitetônicas, educacionais, de comportamento do consumidor etc.

MaisPB  – O isolamento social tem sido importante, mesmo com as pessoas voltando as suas atividades profissionais. Já é uma saída?

Colaço Filho – Acredito que medidas de distanciamento social são um mal necessário, em algumas circunstâncias.

MaisPB  – Você é mestre e doutor em Ciências Jurídicas e Filosóficas em universidades de Portugal. Vamos falar sobre isso?

Colaço Filho – A Universidade do Porto tinha programa de pós-graduação com acesso ao mestrado. As aulas ocorriam em janeiro e julho, de forma que era especialmente atraente àqueles que tinham compromissos profissionais, como eu. Nesse caminho, fiz especialização e mestrado na Universidade do Porto e doutorado na Uminho, em Braga. O conhecimento nos move. Mestrado e doutorado me impeliram a desenvolver a capacidade de pesquisar e construir uma argumentação lógica e fundamentada sobre temas relevantes para mim e, julgo eu, para outras pessoas. Essas experiências me tornaram um profissional melhor.

MaisPB – Como aconteceu esse vínculo da família Colaço Martins com a Paraíba?

Colaço Filho – Meu pai estudou em Roma, na Universidade Gregoriana, com acadêmicos que vieram a fundar o IESP. Findo o seu reitorado na UNIFOR, ele foi convidado a ingressar na sociedade mantenedora do IESP. Frugal, disciplinado e focado, ele aproveitou as oportunidades de aumentar a participação social gradualmente. Prof. Colaço é um visionário. Ele acerta o alvo que a maioria das pessoas sequer enxerga. Há muitos anos, ele já visualizava o UNIESP como uma Instituição capaz de atender os anseios da sociedade paraibana e proporcionar uma experiência educacional verdadeiramente superior aos nossos alunos.

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