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PSB cobra mandato de João; tese é contestada

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publicado em 05/12/2019 às 12h51
atualizado em 05/12/2019 às 13h01
Presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira - Foto: PSB

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse, nesta quinta-feira (5), dois dias após o governador João Azevêdo anunciar a saída do partido, que vai acionar a Justiça Eleitoral para cobrar o mandato do paraibano sob a justificativa que ele traiu os interesses dos socialistas e cobrará a devolução de R$ 3 milhões investidos na campanha pela legenda.

“Hoje, eu imagino que ele já estava decidido a deixar o partido no momento que criou o conflito e que a Paraíba inteira saiba que ele vetou o nome de Ricardo Coutinho para ser presidente do PSB. Que ingratidão. Alguém que foi escolhido e apoiado por Coutinho, seu grande patrocinador, sem cujo apoio ele jamais seria eleito porque nunca teve um voto. Eu já vi traição na política, mas normalmente demora pelo menos um ano. Ele deveria ter pelo menos a dignidade de devolver o dinheiro que se gastou na campanha dele”, declarou o dirigente ao site ParlamentoPB.

Para o ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), Aécio de Souza Melo Filho, ouvido pelo Portal MaisPB, a tese levantada por Siqueira não se sustenta juridicamente.

“Está fora de cogitação isso, porque trata-se de um mandato do executivo, é uma votação majoritária, não é proporcional a escolha do Chefe do Poder Executivo. Não tem sentido algum esse questionamento. A raiz desse entendimento é justamente a personificação da figura do ator político em relação ao poder, há uma identificação no voto majoritário com aquele que vai conduzir. No Brasil, historicamente a legenda nunca teve projeção para o eleitor, o que de fato é o autor político, por conta disso não tem sentido”, argumentou.

A decisão de Azevêdo de deixar o PSB foi tomada na última terça-feira (3), um dia após o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) sacramentar o rompimento político com seu antecessor.

Em carta, o gestor afirma que chegou a aguardar o restabelecimento do diálogo no PSB, mas, diante da falta de qualquer atitude de autocrítica depois da intervenção no Diretório Estadual, sai da legenda “em busca da democracia perdida”. João Azevêdo também agradeceu a todos os militantes, dirigentes e colaboradores que confiaram nas propostas do governo e têm hipotecado solidariedade irrestrita nesse momento tão delicado.

MaisPB

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