João Pessoa, 20 de novembro de 2019 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
“Nós nos encontramos nos piores patamares quando a gente pensa em dados sociais seja na saúde, na educação ou no mercado de trabalho”. Esta é a avaliação de Terlúcia Silva, integrante do Movimento de Mulheres Negras na Paraíba, para este Dia Nacional da Consciência Negra. A avaliação é corroborada por pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao indicar que, no mercado de trabalho, os pretos ou pardos representam 64,2% da população desocupada e 66,1% da população subutilizada.
Os dados revelam a vulnerabilidade dos negros nos espaços sociais e, de acordo com Terlúcia, essa situação é consequência do período colonial.
“Na Paraíba, como em todo o Brasil, tem-se o histórico colonial que neglicenciou o cuidado com a população negra desde sempre então não é de hoje, é um dado histórico e o que temos hoje é essa forte presença do racismo na sociedade”, explicou.
A ativista diz que, no Brasil, o racismo é velado, mas para as pessoas negras não há alteração uma vez que a prática se expressa de várias formas.
“O racismo é velado para quem não sente na pele cotidianamente, para nós pessoas negras não há alteração, nós todos dias enfrentamos olhares dos seguranças nas lojas, o atendimento desrespeitoso nas unidades de saúde, ouvimos de professores e professoras que não seremos nada”, revelou.
No dia da Consciência Negra, a pauta principal dentro do movimento negro mundial ainda é a vida: “O grande grito do movimento negro mundial hoje é parem de nos matar a gente quer viver plenamente com dignidade de liberdade, com possibilidade ser, poder usar nossa roupa colorida, nosso cabelo crespo sem ser xingado sem ser desrespeitado”, finalizou a integrante do Movimento de Mulheres Negras na Paraíba.
MaisPB
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