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Criminalizar homofobia reduzirá subnotificação

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publicado em 17/02/2019 às 11h56
atualizado em 17/02/2019 às 15h01
(Foto: Albemar Santos/MaisPB)

A criminalização da homofobia deve ser julgada na próxima quarta-feira (20) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para o coordenador do Centro de Cidadania LGBT em João Pessoa, Roberto Maia, a criminalização ajudará a reduzir a subnotificação dos casos de ataques a população gay, lésbica, bissexual, transexual e travesti.

Segundo Maia, ao enquadrar a violência e a discriminação contra homossexuais e transexuais como crime de racismo, será possível mapear onde há ocorrências e investir em políticas públicas.

“Quando criminaliza, dá para saber onde há mais mortes nesse país. Nossos dados são subnotificados, temos dados apenas que aparecem na imprensa, mas não sabemos real quantas pessoas são mortas por lgbtfobia”, explica o coordenador ao Portal MaisPB.

Nas próximas semanas, as escolas municipais receberão oficinas sobre diversidade sexual, racismo e intolerância religiosa. “Quanto mais política pública, melhor”, afirmou Roberto Maia.

Roberto explica que as políticas públicas também são importantes para reduzir crimes de ódio, que, segundo ele, são responsáveis por devastar o psicológico da vítima LGBT. Ao Portal MaisPB, o coordenador  contou que há pessoas que passam a ter pensamentos suicidas após serem excluídas do convívio por conta da orientação sexual ou após serem vítimas de agressão praticada pelos próprios familiares.

“Existe uma dificuldade de saúde mental dessa população por conta do estigma e do preconceito. Nunca teve tanto suicídio, tanta gente expulsa de casa e tanta gente morta por ser LGBT”, avaliou.

Para ele, a criminalização também vai ajudar a fortalecer o respeito e modificar a cultura da discriminação e ajudará as gerações futuras serem menos preconceituosas.

Otimismo

A expectativa, segundo Maia, é que o STF criminalize a homofobia e lgtfobia. A fala do paraibano e vice-procurador da República,  Luciano Mariz, trouxe ainda mais otimismo à população. Para Roberto, as palavras do procurador reforçam a importância do respeito e podem influenciar a decisão no Supremo.

Ao Portal MaisPB, o coordenador  parafraseia Luciano Mariz e complementa: “É inadmissível não ter liberdade de se expressar por sua orientação sexual ou identidade de gênero”.

Veja vídeo

Caroline Queiroz e Albemar Santos – MaisPB

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