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Óbvio: a crise econômica também atinge o transporte coletivo (III)

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publicado em 31/03/2016 às 14h34

Existe mesmo esse pensar de que no setor de transporte coletivo urbano “tudo são flores”. E esse pensar existe até por alguns integrantes do segmento da imprensa, formadores de opinião.

Tivemos de não apenas justificar, mas insistir bastante na prestação de esclarecimentos de que o Prêmio AETC-JP de Jornalismo deixou de ser realizado por absoluta falta de condições econômicas para fazê-lo.

Apesar de nossos tantos esclarecimentos, ainda assim alguns jornalistas demonstram-se incrédulos, considerando-os “conversa fiada”.

A propósito daquele evento, realmente correspondia a um acontecimento que mais as empresas do transporte coletivo urbano de João Pessoa empenhavam-se para que ocorresse, não só pelo retorno que poderia haver em termos de reconhecimento como atividade sócio-cultural, mas também – porque não dizer – pela satisfação que propiciava no relacionamento mais próximo com os profissionais desse campo de atividade tão necessário quanto fortalecedor da democracia.

Nessa incompreensão de que todos os fatores econômicas atingem, sim, pesadamente, o setor de transporte coletivo, há ainda aquelas pessoas que insistem em propugnar pelos “Passes Livres”, nesse setor, de várias categorias sociais. Propugnam pelo benefício sem em nada interessar-se em relação a como custear tais “Passes Livres”.

Até hoje, já passados quase 30 anos da implantação do “Passe Livre” para as pessoas com idade superior a 65 anos, ainda hoje a absoluta maioria da população imagina que “o governo banca essa gratuidade”. E não banca! Como nem o governo federal nem os governos estaduais nem os governos municipais bancam a meia-passagem dos estudantes. O ônus desse benefício também recai contra os passageiros comuns, os passageiros pagantes, que, reagindo – ou reclamando, terminam por levar os gestores a fixarem tarifas em valor menor que o necessário ao equilíbrio econômico-financeiro do serviço, desestabilizando o setor.

Daí, aqui mesmo, neste jornal, havermos informado que em um período de um ano (ano 2015), nada menos do que 5 empresas do transporte coletivo urbano do Rio de Janeiro haverem fechado suas portas. Fatos assim, porém, têm acontecido Brasil afora. E eles não são tão percebidos porque, de qualquer forma, vão-se improvisando outros prestados desse serviço, embora tenham sido poucos esses a “aventurar-se” nesse setor que de certo modo transformou-se na “Gení”… aquela da canção de Chico Buarque (“Joga pedra na Gení”).

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