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Após cinco meses, Francileudo Bezerra se encontrou com o filho mais novo nesta terça-feira (28). Ele foi resgatar o filho no Recife, capital pernambucana, onde a criança de seis anos morava com a mãe, Cristiane Coelho e voltou a Fortaleza na noite de terça. Cristiane Coelho foi apontada como suspeita de matar o filho mais velho, de nove anos, Lewdo Bezerra.
“Achei que ele não fosse me reconhecer, mas demos um forte abraço, nós choramos. Foi um abraço que traduziu toda a situação ruim que aconteceu e a felicidade do reencontro”, afirmou.
“Estou organizando o quarto dele e comprando os brinquedos que ele gosta. Ele vai ficar comigo, com meu pai e minha, na casa da família”, conta Francileudo, em entrevista ao G1.
De acordo com policiais da capital pernambucana, ela foi vista no último dia 12 de abril com malas deixando o local. Ela teria viajado para outra cidade no estado.
O delegado da Polícia Civil Wilder Brito Sobreira, do 16º Distrito Policial, que acompanha o caso, disse que desconhece o lugar exato em que Cristiane Coelho está morando, mas sabe em que cidade ela está. “Soube da saída de Cristiane, mas não sei onde ela se encontra no momento. A polícia investiga. A polícia está realizando o mapeamento. É o que eu posso afirmar”, diz Wilder Brito.
Indiciamento
Cristiane Coelho foi indiciada nesta segunda-feira pelo homicídio qualificado do filho e tentativa de homicídio do ex-marido. O relatório do inquérito do caso foi entregue ao Ministério Público do Ceará na manhã desta segunda. Após mais de cinco meses de investigação, a polícia concluiu que Cristiane envenenou o filho mais velho e o ex-marido com “chumbinho”. O crime aconteceu em novembro de 2014.
O relatório tem 119 páginas. Entre os agravantes do crime estão motivo torpe, com emprego de veneno, com recurso que torna impossível a defesa, além de a vítima ser criança e filho de Cristiane.
Na madrugada de 11 de novembro de 2014, o subtenente do Exército Francileudo Bezerra e seu filho Lewdo Bezerra ingeriram veneno para rato conhecido como “chumbinho”. O pai ficou em coma por uma semana e se recuperou. O militar chegou a ser apontado como suspeito de homicídio, porque no primeiro depoimento a mulher, Cristiane, contou à polícia que ele tinha matado o filho com tranquilizantes e tentado se matar, além de agredi-la.
“Estou indiciando a Cristiane por tentativa de homicídio e homicídio triplamente qualificado. A pena é de mais de 30 anos se ela for condenada”, diz o delegado. No inquérito, o policial pede também que a Justiça decrete a prisão preventiva de Renata Coelho. “A Cristiane estava no Recife, na casa da mãe. Tivemos a informação de que ela deixou a casa e está com o pai, um policial aposentado. Vamos pedir que a juíza [Cristiane Magalhães Cabral, da 1ª Vara do Júri] decrete a prisão itinerante da Cristiane”, explica. Ele também desindicia – tira da condição de suspeito –, o pai do garoto, Francileudo Bezerra.
O crime
Na madrugada de 11 de novembro de 2014, o subtenente do Exército Francileudo Bezerra e seu filho Lewdo Bezerra ingeriram veneno para rato conhecido como “chumbinho”. A substância foi encontrada na pia da cozinha da casa do casal. O pai ficou internado durante 32 dias no Hospital Geral do Exército, em Fortaleza, dos quais em coma por uma semana, e se recuperou.
O militar chegou a ser apontado como suspeito de homicídio, porque no primeiro depoimento a mulher, Cristiane, contou à polícia que ele tinha matado o filho com tranquilizantes e tentado se matar, além de agredi-la. “A Cristiane, que dizia ter sido espancada pelo marido, matou o filho envenenado fazendo uso de sorvete de morango. Não há mais dúvida”, afirmou o delegado.
Cabe agora ao promotor de Justiça Humberto Ibiapina apresentar, ou não, a denúncia crime contra Cristiane Coelho à juíza Cristiane Magalhães Cabral, titular da 1ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. “Esperamos embarcar para Recife ainda esta semana para cumprir essa medida [prisão de Cristiane] necessária à instrução criminal.”
Wilder Brito também pediu que a Infraero e Polícia Federal sejam informadas do indiciamento de Cristiane Coelho, para que ela não consiga sair do País. “Existe a possibilidade de o cunhado de Cristiane dar guarida a ela na China”, diz. A irmã de Cristiane e o cunhado moram no país asiático e, de acordo com as investigações, sugeriram que ela fosse passar algum tempo com eles.
Motivação
A motivação do crime, de acordo com as investigações, seria um seguro do Exército de cerca de R$ 150 mil, os soldos do militar e um outro seguro que o subtenente havia feito em nome do filho mais velho. “Ela era a principal beneficiária. O pessoal do Exército, os militares, têm um seguro e ela seria a principal beneficiária. Além disso, além do seguro, ela seria pensionista do Exército, ela não precisaria trabalhar, todo mês o dinheiro ia cair na conta dela”, disse Francileudo Bezerra, em entrevista.
G1
EVENTO - 18/04/2024