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Papa nomeia vinte novos cardeais de olho nos países pobres

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publicado em 15/02/2015 às 11h56
atualizado em 15/02/2015 às 08h57

O papa Francisco nomeou neste sábado vinte novos cardeais procedentes dos cinco continentes. Muitos deles são envolvidos com questões sociais, confirmando o desejo do pontífice de criar uma Igreja menos eurocentrista.

Durante a cerimônia solene na basílica de São Pedro no Vaticano, o papa pediu que os novos purpurados, entre eles cinco latino-americanos provenientes de Panamá, México, Uruguai, Colômbia e Argentina, não aceitem “injustiças”. Francisco lembrou aos novos cardeais que “o cardinalato não é uma distinção honorífica” “nem um acessório” ou condecoração, mas “um ponto de apoio e um eixo para a vida da comunidade”. O papa discursou que “quem está centrado em si mesmo busca inevitavelmente seu próprio interesse e acredita que isso é normal”.

Os cardeais receberam o barrete vermelho, o título e o anel cardinalício das mãos do papa argentino e na presença do papa emérito Bento XVI, que usava uma batina branca, prerrogativa dos pontífices.

Escolhidos — Pela segunda vez desde que foi eleito pontífice, em março de 2013, Francisco premiou com o título cardinalício representantes de países pobres e subdesenvolvidos. São dezoito nações, seis das quais nunca haviam contado com um cardeal: Cabo Verde, Tonga, Mianmar, Moçambique, Nova Zelândia e Panamá. Dos quinze novos cardeais com direito a voto, apenas um trabalha na Cúria Romana (o prefeito da Assinatura Apostólica, tribunal para conflitos jurídicos), enquanto três vêm na Ásia, três da América Latina, dois da Oceania e dois da África.

Quase todos os escolhidos são bispos que dedicaram suas vidas aos imigrantes, pobres ou comunidades assoladas pela violência, pobreza e conflitos. O arcebispo panamenho José Luis Lacunza Maestrojuán, por exemplo, trabalha com a proteção dos interesses dos povos indígenas, enquanto o mexicano Alberto Suárez Inda vive em um lugar marcado pela violência dos cartéis do narcotráfico.

O papa ignorou os bispos de grandes arquidioceses europeias como Veneza e Turim, que contam com cardeais por tradição, e escolheu prelados de regiões esquecidas, como o italiano Francesco Montenegro, de Agrigento, na Sicília, testemunha da dor de imigrantes que arriscam a vida no Mediterrâneo ao tentar entrar na Itália.

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