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PF leva tesoureiro do PT para depor na operação Lava Jato

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publicado em 05/02/2015 às 10h20
atualizado em 05/02/2015 às 13h11

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi alvo de um mandado de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para prestar depoimento e depois é liberada) na manhã desta quinta-feira (5). O mandado para ouvir Vaccari é um dos que foram cumpridos como parte da nona etapa da Operação Lava Jato, deflagrada nesta manhã pela Polícia Federal. A PF também realizou busca e apreensão na casa do petista, em São Paulo.

A nona etapa da Lava Jato foi batizada de “My Way”, numa referência ao modo como o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, chamava o ex-diretor da estatal Renato Duque. Ambos são investigados por suspeita de participação em esquema de corrupção na estatal.

Vaccari Neto foi citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, delatores do esquema, como o operador de propina cobrada pelo PT nos contratos da estatal com outras empresas.

Ele chegou à superintendência da PF em São Paulo por volta de 9h30, acompanhado de seu advogado, e não quis falar com jornalistas.

Ao todo, são 62 mandados na nona fase da operação: um de prisão preventiva, três de prisões temporárias, 18 de conduções coercitivas e 40 de busca e apreensão nos estados de SP, RJ, BA e SC.

Desde que teve o nome citado, Vaccari tem negado qualquer envolvimento com o esquema do doleiro Alberto Youssef e com as irregularidades na Petrobras. O G1 procura a defesa do tesoureiro para obter uma resposta sobre a condução coercitiva, mas até a última atualização desta reportagem não havia conseguido contato.

Denúncia

Em dezembro, o Hora 1 da Notícia revelou com exclusividade documentos que citam a cunhada de Vaccari Neto como suposta destinatária de dinheiro do esquema de corrupção na estatal. O material faz parte das investigações da Operação Lava Jato.

O Hora 1 teve acesso a documentos que mostram uma negociação entre o doleiro Alberto Youssef e um funcionário da empresa OAS, em que o endereço da cunhada de Vaccari aparece como destino de uma entrega.

Um organograma feito pela Polícia Federal explica a suposta movimentação do dinheiro de Youssef para a empreiteira OAS. Segundo a PF, o funcionário da empresa José Ricardo Breghirolli, preso na operação, orienta Youssef a levar os valores para um endereço específico, o da cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima. O relatório dá detalhes da negociação.

Segundo os investigadores, o documento mostra entregas de dinheiro feitas por Youssef em várias cidades do país.

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