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judicialização da saúde

PB tem 5 mil processos de pedidos de remédios

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publicado em 29/03/2019 às 15h11
atualizado em 29/03/2019 às 16h02
Sede do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB)

Pesquisa divulgada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostrou que tramitaram na Paraíba mais de 10 mil processos relativos a saúde entre os anos de 2008 e 2017.

O Tribunal de Justiça informou que, de 2014 até o última dia 20,  fornecimento de medicamentos é responsável por 4.907 processos; enquanto os processos relativos a planos de saúde somam 3.316. Pedidos para tratamento médico-hospitalar e/ou fornecimento de medicamentos contabilizam 1.278 processos. Somente no ano passado, os processos referentes unicamente à solicitação de remédios por parte do SUS representaram 41,3% do total citado.

O juiz Marcos Coelho de Salles, Titular da 1ª Turma Recursal da Comarca de João Pessoa e integrante do comitê do CNJ sobre questões da saúde no judiciário, reforça a importância do papel da justiça. “O judiciário paraibano e o nacional têm se empenhado na busca de diálogo institucional com o Poder Executivo e as operadoras de planos de saúde. Temos buscado garantir o direito à saúde que constitucionalmente é assegurado ao cidadão”, declarou.

Um dos papéis do comitê sobre judicialização da saúde é garantir o atendimento dos planos e o fornecimento de medicamentos por parte do Sistema Único de Saúde (SUS). “O juiz Marcos Salles é o único membro da Justiça Estadual que participa desse trabalho que é feito no CNJ. Quando se trata de questões relacionadas à saúde, na maioria das vezes não é possível esperar e o comitê atua justamente na esfera da realização de acordos para beneficiar quem tem urgência”, pontuou a juíza Aparecida Gadelha, presidente da Associação dos Magistrados da Paraíba (AMPB).

O juiz Antônio Carneiro de Paiva Júnior, Titular da 4ª Vara da Fazenda Pública de João Pessoa e Diretor Adjunto do Núcleo de Conciliação, explicou o trabalho que vem sendo feito para conciliar o interesse das partes envolvidas nos processos dessa natureza: “A maioria das ações de judicialização da saúde envolvem o Estado. Como nossa constituição estadual só permite acordos se o Governador der autorização expressa ao Procurador Geral, estamos fazendo audiências de avaliação para facilitar o andamento dos processos e buscar soluções ouvindo os dois lados”.

A presidente da Associação dos Magistrados da Paraíba (AMPB), juíza Aparecida Gadelha, comenta o impacto volumoso dos processos relativos à judicialização da saúde. “Os números comprovam isso. Nosso papel social é fazer valer o direito do cidadão. Para dar celeridade nesses e em outros processos, aqui na Paraíba, estamos lutando pelo cumprimento da Resolução 219, de 2016. Quando ela for aplicada e a força de trabalho do judiciário paraibano estiver equalizada, conseguiremos produzir muito mais”, finalizou.

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