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após confusão

Venezuelanos deixam Roraima e voltam ao país

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publicado em 08/09/2018 às 18h26
(Foto: Emily Costa/G1 RR)

Um grupo de aproximadamente 100 venezuelanos embarcou em ônibus para voltar ao país natal na manhã deste sábado (8) em Boa Vista. A saída, em meio a um clima tenso, aconteceu menos de dois dias após um brasileiro e um venezuelano serem assassinados durante uma confusão nos arredores de um abrigo para refugiados sem-teto.

O embarque começou no início da manhã em um acampamento vizinho ao abrigo e foi acompanhado por representantes do Consulado da Venezuela em Roraima. Eles não quiseram conceder entrevista, mas garantiram que a repatriação dos imigrantes em ônibus fretados pelo governo Maduro foi “por livre e espontânea vontade”.

Entre os venezuelanos que embarcaram e os que decidiram ficar os relatos foram os mesmos: há um clima de tensão desde as mortes do brasileiro e do venezuelano e todos temem conflitos semelhantes ao que aconteceu em 18 de agosto quando acampamentos de refugiados foram atacados e queimados em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela.

“A situação está muito crítica. Estamos correndo perigo, não dormimos bem, temos que ficar correndo para nos proteger”, disse Lenin Tamaronis, 18, que decidiu regressar a Maturín, na Venezuela, com a mulher e o filho de 1 ano. “Estávamos vivendo na rua acerca de um mês”.

Tiros contra acampamento

Os imigrantes também disseram que na noite de sexta (7), dois homens passaram em uma moto e atiraram contra o acampamento no entorno do abrigo Jardim Floresta. Não houve feridos. A Polícia Militar, no entanto, diz que não recebeu chamado para a ocorrência. O Exército, que cuida de ações relacionadas aos imigrantes, foi procurado, mas ainda não se manifestou.

Noheliny Suarez, 26, também decidiu voltar para a Venezuela. Ela estava há menos de 2 meses no Brasil e vivia no abrigo Jardim Floresta.

“Quero ir por causa do perigo que há aqui. Não quero que nada se passe comigo, tenho quatro filhos na Venezuela, e por isso quero ir, por eles. Aqui está muito tenso. Houve tiros aqui ontem à noite e já quiserem queimar o refúgio do outro lado. Sei que isso é culpa de alguns venezuelanos, mas nem todos temos culpa”, relatou.

Adriana Abreu, 39, que mora no acampamento nos arredores do abrigo fez uma lista dos venezuelanos que embarcaram. Ela disse que foram aproximadamente 100 e que a maioria relatou medo e insegurança.

G1

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