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27 milhões de trabalhadores são mal aproveitados

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publicado em 16/08/2018 às 16h47
atualizado em 16/08/2018 às 13h49

O Brasil conta com 27,6 milhões de trabalhadores mal aproveitados no mercado de trabalho, de acordo com a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral) divulgada nesta quinta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A subutilização da força de trabalho agrega os desocupados, as pessoas ocupadas com uma jornada de menos de 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar mais tempo (subocupados por insuficiência de horas) e a força de trabalho potencial.

No segundo trimestre de 2018, a taxa dos trabalhadores mal aproveitados foi de 24,6% (27,6 milhões de pessoas).

Segundo o IBGE, o resultado ficou estatisticamente estável em relação ao primeiro trimestre de 2018 (24,7%). Em comparação ao segundo trimestre de 2017, o número subiu (23,8%).

As maiores taxas de subutilização foram apresentadas no Piauí (40,6% da população ativa), Maranhão (39,7%) e Bahia (39,7%). Já as menores, em Santa Catarina (10,9%), Rio Grande do Sul (15,2%) e Rondônia (15,5%).

As unidades da federação que apresentaram as maiores taxas de desocupação no segundo trimestre de 2018 foram: Amapá (21,3%), Alagoas (17,3%), Pernambuco (16,9%), Sergipe (16,8%) e Bahia (16,5%). As menores taxas, por sua vez, foram vistas em: Santa Catarina (6,5%), Mato Grosso do Sul (7,6%), Rio Grande do Sul (8,3%) e Mato Grosso (8,5%). A taxa de desocupação foi de 12,4% no Brasil.

Os subocupados por insuficiências de horas trabalhadas e os desocupados somam 18,7% no Brasil no segundo trimestre de 2018. Isso representa 6,5 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e 13 milhões de desocupados.

Rendimento médio

O rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, foi estimado em R$ 2.198 no segundo trimestre de 2018.

Com isso, houve estabilidade tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 2.192) como em relação ao mesmo trimestre de 2017 (R$ 2.174). Nas grandes regiões, também teve estabilidade estatística nessas duas comparações.

Taxa de desocupação para pretos e pardos

O número de desocupados no Brasil no primeiro trimestre de 2012 era de 7,6 milhões de pessoas. Os pardos representavam 48,9% dessa população; seguido dos brancos (40,2%) e dos pretos [nomenclatura usada pelo IBGE] (10,2%). No segundo trimestre de 2018, porém, a taxa subiu para 12,9 milhões de pessoas e a participação dos pardos passou a ser de 52,3%. A dos brancos reduziu para 35% e a dos pretos subiu para 11,8%.

No segundo trimestre de 2018, a taxa de desocupação para os que se declaram brancos (9,9%) ficou abaixo da média nacional (12,4%). A dos pretos (15%) e a dos pardos (14,4%), porém, ficaram acima. No primeiro trimestre de 2012, quando a taxa média foi estimada em 7,9%, a dos pretos correspondia a 9,7%; a dos pardos a 9,1% e a dos brancos era de 6,6%.

Os pardos representaram 47,9% da população fora da força de trabalho no segundo trimestre de 2018, seguidos pelos brancos (42,4%) e de pretos (8,5%).

Mulheres têm menor nível de ocupação que os homens

Ainda de acordo com o levantamento do IBGE, as mulheres eram maioria tanto na população em idade de trabalhar no Brasil (52,4%), quanto em todas as grandes regiões no segundo trimestre de 2018.

Porém, os homens no Brasil (56,3%) predominavam entre as pessoas ocupadas e em todas as regiões, sobretudo na Norte, onde os homens representavam (60,2%).

A taxa de ocupação dos homens no Brasil foi de 63,6% e a das mulheres, 44,8%, no segundo trimestre de 2018. A diferença entre homens e mulheres foi vista nas cinco Grandes Regiões, com destaque para a Norte, onde a diferença entre os gêneros foi a maior (22,6 %), e para o Sudeste, com a menor diferença (18%).

Na população desocupada do primeiro trimestre de 2018, as mulheres eram maioria (51%). Em quase todas as regiões, o percentual de mulheres na população desocupada era superior ao de homens, com exceção para a região Nordeste (46,9%). Na Região Sul, o percentual das mulheres foi o maior: 53,4%.

No segundo trimestre de 2018, a taxa de desocupação foi de 12,4%, mas com diferenças entre homens (11%) e mulheres (14,2%).

Desalentados

No segundo trimestre de 2018, o número de desalentados chegou a 4,8 milhões de pessoas (de 14 anos ou mais de idade). O número é superior ao do primeiro trimestre de 2018 (4,6 milhões) e do segundo trimestre de 2017 (4 milhões de pessoas). Esse foi o maior contingente de desalentados da série histórica da PNAD Contínua, que começou em 2012.

De acordo com o IBGE, a população desalentada é “aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho adequado, ou não tinha experiência ou qualificação, ou era considerado muito jovem ou idosa, ou não havia trabalho na localidade em que residia – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.”

Norte e Nordeste têm mais trabalhadores por conta própria

Ainda segundo o IBGE, a população ocupada no segundo trimestre de 2018, estimada em 91,2 milhões de pessoas, era composta por 67,6% de empregados (incluindo empregados domésticos), 4,8% de empregadores, 25,3% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2,3% de trabalhadores familiares auxiliares.

Nas Regiões Norte (31,7%) e Nordeste (28,9%), o número de trabalhadores por conta própria era superior ao observado nas demais regiões.

Menos trabalhadores domésticos têm carteira assinada

No segundo trimestre de 2018, 74,9% dos empregados no setor privado tinham carteira de trabalho assinada, 0,9% a menos que no segundo trimestre de 2017.

R7

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