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Aedes aegypti

22% das cidades brasileiras estão em risco para surto

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publicado em 08/06/2018 às 14h51
atualizado em 08/06/2018 às 11h54

Levantamento do Ministério da Saúde mostra que 22% dos municípios brasileiros (1153) apresentaram alto índice de presença do Aedes aegypti; e, portanto, estão com risco aumentado para surto de dengue, zika e chikungunya. Outros 2.069 municípios estão em alerta. Os dados foram coletados entre janeiro e 15 de março de 2018.

O LIRAa (Levantamento Rápido de Índices por Aedes aegypti ) é feito periodicamente pela pasta e tem o objetivo de monitorar o Aedes para planejar ações de intervenção — a meta é evitar surtos e alertar a população para o risco de doenças associadas ao mosquito.

Dentre as capitais, apenas três delas tiveram índice satisfatório: São Paulo (SP), João Pessoa (PB) e Aracaju (SE), informa o Ministério da Saúde. Confira a lista completa de municípios, com a avaliação do risco de cada um deles.

Como o levantamento avalia o risco:

  1. Pesquisadores pegam uma amostra de domícilios em cada cidade para análise;
  2. São avaliadas a quantidade de larvas de Aedes (antes do mosquito eclodir);
  3. Em algumas cidades, são utilizadas armadilhas para pegar o mosquito mesmo (sem ser a larva);
  4. Se mais de 4% dos imóveis apresentarem a larva ou o mosquito, há risco para surto;
  5. Se o índice for abaixo de 1%, a taxa é considerada satisfatória;
  6. Acima de 1% e abaixo de 4%, a cidade está em alerta para surto de dengue, zika e chikunguya.

Ações e medidas

O secretário de Vigilância em Saúde Osnei Okumoto avalia que o levantamento reflete, em parte, um descuido da população em relação às medidas da prevenção e que a pasta planeja ações para diminuir o risco. Ele explica que o ministério investiu mais de R$ 1 bilhão em políticas de intervenção contra as arboviroses em 2017.

Em anos anteriores, diz ele, o país registrou diminuição no número de transmissão, tendo em vista o alerta em torno das anomalias influenciadas pelo zika.

“Há vários tipos de intervenção que podem ser feitas, como o uso de inseticidas e produtos nos recipientes em que as larvas foram encontradas. Também é necessário que a população redobre cuidados com a prevenção” — Osnei Okumoto.

Já Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arborivoses, mostra que os números evidenciam a necessidade de políticas de prevenção a longo prazo, que considerem maiores áreas verdes, saneamento básico e melhores condições de moradia.

“O ambiente urbano, com pouca área verde para drenar a água e solo impermeável, é propício para o desenvolvimento do mosquito. Então, o levantamento é importante, mas medidas precisam ser pensadas a longo prazo” — Artur Timerman.

Armadilhas usadas em Olinda para destruir ovos do Aedes aegypti (Foto: Júlio César Melo/Secretaria de Saúde de Olinda/Divulgação)

Armadilhas usadas em Olinda para destruir ovos do Aedes aegypti (Foto: Júlio César Melo/Secretaria de Saúde de Olinda/Divulgação)

Levantamento em mais de 5 mil municípios

Segundo o Ministério da Saúde, 5.191 municípios realizaram algum tipo de monitoramento do Aedes aegypti.

Ainda, o Ministério da Saúde informa que Boa Vista (RR), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Campo Grande (MS) não enviaram informações.

Segundo o LIRAa, quinze capitais estão em alerta: Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), Porto Velho (RO), Palmas (TO), Maceió (AL), Salvador (BA), Teresina (PI), Recife (PE), Brasília (DF), Vitória (ES), São Luis (MA), Belém (PA), Macapá (AP), Manaus (AM) e Goiânia (GO).

Os municípios de Natal (RN) e Porto Alegre (RS) realizaram levantamento por armadilha.

G1

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