João Pessoa, 06 de junho de 2018 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
resgate

Bisavó é presa suspeita de enterrar índia recém-nascida

Comentários: 0
publicado em 06/06/2018 às 17h07
atualizado em 06/06/2018 às 14h10
Índia recém-nascida que sobreviveu ao ser enterrada por quase 7 horas está no Hospital Regional de Água Boa, a 736 km de Cuiabá (Foto: Polícia Militar de MT)

A bisavó da índia recém-nascida – que foi resgatada depois de ser enterrada viva pela família dela, nessa terça-feira (5), em Canarana, a 838 km de Cuiabá – foi presa pela Polícia Civil nesta quarta-feira (6). A menina sobreviveu e foi resgatada por policiais.

A Polícia Civil estima que a criança ficou enterrada por sete horas – entre as 14h e 20h de terça-feira em uma cova de 50 centímetros de profundidade. A menina está no Hospital Regional de Água Boa, a 736 km de Cuiabá.

A bisavó, Kutz Amin, de 57 anos alegou que a criança não chorou e, por isso, acreditou que estivesse morta. Seguindo o costume da comunidade indígena, ela enterrou o corpo no quintal, sem comunicar os órgãos oficiais.

“Nós autuamos a bisavó por tentativa de homicídio. Ela disse que cortou o cordão umbilical e enterrou a menina”, explicou ao G1 o delegado Deuel Paixão de Santana.

Bisavó da índia recém-nascida, Kutz Amin, confessou que enterrou a menina por achar que ela estivesse morta (Foto: Polícia Civil de MT/Assessoria)

Bisavó da índia recém-nascida, Kutz Amin, confessou que enterrou a menina por achar que ela estivesse morta (Foto: Polícia Civil de MT/Assessoria)

A mãe da criança, de 15 anos, sentiu contrações e deu à luz no banheiro da casa. O bebê teria batido a cabeça no chão e não teve reação após o nascimento, segundo a família.

“Ela confessou que cortou o cordão umbilical do bebê e, por não ter chorado, ela acreditou que a menina estava morta. Ela fez o enterro do bebê na cultura deles, sem comunicar às autoridades”, disse o delegado.

Recém-nascido está internado no Hospital de Água Boa (Foto: Polícia Militar de MT)

A mãe da adolescente e a mãe do bebê foram ouvidas na delegacia e liberadas. A adolescente está com um quadro de saúde debilitado e com hemorragia. A bisavó deve ser apresentada à Justiça em uma audiência de custódia entre esta quarta e quinta-feira (7).

A Fundação Nacional do Índio (Funai) acompanha a situação com a família e a bisavó.

“Eles deixaram o costume deles falar mais alto e enterraram a criança por acreditaram que estivesse morta. Futuramente a avó poderá responder por participação e a adolescente por um ato infracional”, finalizou o delegado.

Estado de saúde do bebê

A bebê indígena está sob os cuidados intensivos de uma pediatra desde que deu entrada no Hospital Regional de Água Boa, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Resgate

A denúncia anônima feita à polícia na tarde de terça-feira dizia que o bebê havia morrido durante o parto e sido enterrado no quintal dessa casa. Com isso, os policiais foram até o local para saber o que tinha acontecido e retirar o corpo e levá-lo ao Instituto Médico Legal (IML).

“Um dos policiais começou a cavar com uma enxada, com muito cuidado e devagar, até que puxou um pano. Nisso, ele ouviu um gemido, quase um choro, como se a criança estivesse resmungando. Ele gritou ‘a criança está viva!’”, relatou uma policial ao G1.

G1

Leia Também