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Greve de caminhoneiros continua em 18 estados

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publicado em 30/05/2018 às 14h44
atualizado em 30/05/2018 às 11h56
Foto: Marcelo Regua

Caminhoneiros continuam fazendo protestos em rodovias do país nesta quarta-feira (30), o 10º dia da greve. Há manifestações em pelo menos 18 estados e no Distrito Federal, mas os bloqueios à passagem de veículos de carga só ocorrem em 8 deles: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Pará e Paraná. No Sudeste, não há mais rodovias bloqueadas.

Durante uma coletiva pela manhã, Raul Jungmann, ministro de Segurança Pública, disse que são 540 pontos de “aglomerações” pelo país, que há apenas 2 pontos de obstrução total, e que eles estão “cuidando de removê-los”.

Em alguns estados, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as Forças Armadas desbloquearam trechos ocupados por caminhoneiros, como Pernambuco, Paraíba, Mato Grosso, Paraná, Roraima e São Paulo.

Na Rodovia Dutra, entre as cidades de Jacareí e Taubaté e também em Santa Isabel, no interior paulista, os policiais impedem que caminhões que queiram passar pelos bloqueios sejam barrados e também escoltam os que desejam abandonar o movimento. Na Régis Bittencourt, não há mais caminhões parados no acostamento em protesto no km 280, em Embu das Artes. No Rio de Janeiro, caminhões começaram a deixar ponto de concentração em Seropédica.

Para-brisas foi atingido pelas pedras (Foto: Reprodução/TV TEM)

Um caminhoneiro teve o veículo apedrejado ao tentar passar pela Rodovia Marechal Rondon em Agudos, no interior de São Paulo, nesta manhã, segundo a Polícia Rodoviária. O caminhão transportava alimentos para uma fábrica de refrigerantes em Bauru e o ajudante do motorista ficou ferido. No Espírito Santo, dois produtores rurais tiveram os caminhões apedrejados ao tentarem chegar às Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa), em Cariacica. Na terça, um caminhoneiro foi agredido em Tocantins após furar um bloqueio na BR-153, em Miranorte.

Em Roraima, o motorista de carreta foi rendido e agredido por caminhoneiros ao tentar passar por bloqueio. No Paraná, o secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária disse que caminhoneiros relataram ter sido mantidos em cárcere privadodurante a greve. Em Bebedouro, motorista relata ameaças de grupo de caminhoneiros a quem quer deixar movimento.

Em Goiás, um grupo impediu a população de abastecer em um posto de gasolina em Mineiros e houve confusão. Em Cerquilho (SP), manifestantes impediram que um caminhão carregado com combustível entregasse o produto.

O abastecimento de combustível começou a voltar ao normal em algumas cidades do país. Segundo a Plural, associação que representa empresas do setor de distribuição de combustíveis e lubrificantes, “a circulação de caminhões-tanque já chega a 60% da movimentação normal nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Bases prioritárias como São Paulo, Paulínia (SP), Betim (MG), Caxias (RJ), Araucária (PR) e Canoas (RS) elevaram em cerca de 200% o número de carregamentos e entregas aos postos de combustíveis. As operações aéreas foram normalizadas nos principais aeroportos e estão sendo gradualmente restabelecidas no restante da malha aérea”.

Em Salvador, motoristas quase não encontram mais filas para abastecer. Em outras capitais, como Florianópolis e Recife, ainda há muita espera para chegar até a bomba de combustível. Em Porto Alegre, o tamanho das filas já era menor no início da manhã.

No Rio de Janeiro, as distribuidoras estão trabalhando normalmente, sem escolta ou comboio militar. Cerca de 15% dos postos da cidade do Rioforam atendidos na terça, mas a maioria já secou. A situação só deve voltar ao normal após o feriado. Em São Paulo, 12% dos postos receberam combustível ontem.

Em São José do Rio Preto (SP), caminhões-tanque estão entrando e saindo sem escolta policial da central de distribuição de combustíveis.

Nesta terça (29), o presidente Michel Temer afirmou que pode reexaminar a política de preços da Petrobras. Os frequentes e até diários reajustes nos preços dos combustíveis, decorrentes dessa política, estiveram entre os principais fatores que motivaram a greve dos caminhoneiros. Desde julho do ano passado, a Petrobras promove os reajustes com base na variação do dólar e dos preços do petróleo no mercado internacional.

A oferta de transporte público também continua dando sinais de melhora; veja abaixo.

Transporte público

  • Rio de Janeiro: BRT opera normalmente e ônibus comuns rodaram com 71% da frota.
  • São Paulo: 69% da frota circulava às 7h30.
  • Rio Grande do Sul: frota de ônibus circula normalmente só nos horários de pico.
  • Mato Grosso: 80% da frota circula em Cuiabá e Várzea Grande.
  • Minas Gerais: ônibus operam normalmente.
  • Goiás: 60% da frota circula na Grande Goiânia.

Alimentos

No Rio de Janeiro, a oferta de hortaliças está se normalizando, mas alguns legumes, como batatas e cenouras, ainda são raros. Nas grandes redes de supermercado do Rio Grande do Norte ainda faltam frutas e verduras.

A Ceasa de Campinas opera com 40% do abastecimento nesta quarta, mas na terça era apenas 5% da capacidade total. Os preços, no entanto, continuam bem altos. A caixa de 20kg de tomate foi de R$ 60 para R$ 120 e um saco de 50 kg de batata está sendo vendida a R$ 400. Na Bahia, a Ceasa também voltou a ser reabastecida, porém os preços seguem acima do comercializado normalmente.Já no Ceará, três caminhões conseguiram chegar à Ceasa de Fortaleza nesta manhã, mas são as primeiras entregas desde a semana passada.

Um comboio de 10 caminhões com óleo de soja e café saíram nesta madrugada de Maringá com destino a Curitiba.Em Pernambuco, Centro de Abastecimento no Recife recebeu mais da metade dos caminhões previstos para chegar com mercadorias até as 12h desta quarta.

G1

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