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MÚSICA

Ozzy Osbourne em 50 anos de estrada prova que está longe de se aposentar

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publicado em 14/05/2018 às 16h08

Aos 69 anos, existe muito pouco que Ozzy Osbourne ainda precise fazer ou provar. Dono de um festival e um dos criadores do heavy metal, o cantor britânico deu início neste domingo (13), em São Paulo, à sua passagem com quatro shows pelo Brasil. A apresentação foi curta, intensa e com poucas surpresas, mas prova que não lhe falta vontade.

O britânico deu seus pulinhos, puxou palmas e bateu cabelo a noite inteira. A voz falhou em certos momentos, mas nada que seja imperdoável para os fãs que compareceram ao Allianz Parque. Ele ainda passa por Curitiba na quarta-feira (16), Belo Horizonte na sexta-feira (18) e Rio no outro domingo (20).

O show começou às 21h30, com uma série de imagens da carreira de Ozzy, um anúncio de que se trata de sua última turnê mundial, intitulada “No more tours 2”. Ele já afirmou que está cansado da vida na estrada. Mas, ao G1, deixou claro que não tem planos de se aposentar – e até pode fazer uma apresentação ou outra por estas bandas no futuro.

Agora, se for sua despedida dos palcos brasileiros, os pouco mais de 90 minutos parecem insuficientes para mostrar um trabalho de quase cinco décadas. Ao longo do show, Ozzy lembra grande parte dos sucessos de sua carreira solo e dá espaço até para clássicos da época de Black Sabbath: “Fairies wear boots”, “War pigs” e “Paranoid”.

O mais desavisado – pouco provável naquele público, mas tudo bem – que só visse a imagem de Ozzy entre as canções poderia se surpreender ao saber que aquele velhinho simpático, barrigudo e de costas arqueadas se trata do “Príncipe das Trevas”. Mas basta o primeiro verso para que ele mostre que merece o título.

A voz não é mais a mesma. E tudo bem

Sua voz não é mais a mesma, mas ele compensa com a malandragem de quem tem anos de experiência. Alguns dos refrões mais altos, como os de “No more tears”, são deixados para o público mostrar a que veio. Outros são cantados de forma mais controlada, longe dos gritos da juventude.

 Além de um pouco mais longo que o show de 2015, quando foi atração principal do festival Monsters of Rock, a principal diferença é a presença do guitarrista Zakk Wylde. Recebido com aplausos intensos pelo público durante a tradicional apresentação da banda, o americano de 51 anos merece o prestígio.

Além de dar fôlego para o cantor com seus longos solos (foram quase 10 minutos ininterruptos entre “War pigs” e uma mistura de canções como “Perry Mason” e “Miracle Man” lá pela metade da apresentação, com direito a guitarra atrás da cabeça e depois tocada com os dentes), Wylde tem uma presença de palco invejável. Tanto que recebe o carinho de Ozzy em diversos momentos, com beijos na testa e abraços.

O vocalista sofre com o passar do tempo, e mostra sinais de cansaço lá pela décima das 14 músicas. Mas, quando parece que sua voz não aguenta mais, como em uma falha durante “Crazy train”, ele sai rapidamente do palco para o bis e puxa até um “olê olê olê Ozzy” do público.

Na volta, entrega uma performance extraordinária de “Mama, I’m coming home”, de longe o melhor momento da noite. Ele até se lembra de um dos amigos perdidos recentemente, o vocalista do Motorhead, Lemmy Kilmister (1945-2015), com quem escreveu a balada. Como se sua apresentação não fosse emoção suficiente.

Faltam surpresas no show, com setlist idêntico aos já realizados nesta fase latino-americana da turnê, no Chile e na Argentina, mas isso pouco interessa aos fãs. Nesta noite, eles podem ter visto a última apresentação de Ozzy em terras brasileiras, mas longe de parecer um adeus.

G1

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