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Guns N’ Roses retira de álbum música acusada de racismo e homofobia

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publicado em 07/05/2018 às 17h50
atualizado em 07/05/2018 às 14h52
Guns N' Roses (Foto: Reprodução)

“Imigrantes e bichas / Eles não fazem sentido para mim / Eles vêm para o nosso país / E acham que farão o que quiserem / Como dar início a um mini-Irã / Ou espalhar alguma maldita doença / E eles falam de tantas malditas maneiras / É tudo grego para mim”. Isso não é um poema que acabaram de escrever, é a letra da música “One In A Million”, uma faixa do G N ‘R Lies, um álbum lançado em 1988 pela banda Guns N’ Roses, após o sucesso de seu álbum de estréia Appetite For Destruction.

Segundo o The Industry Observer, aquele álbum inteiro – na verdade, um EP ao vivo junto com quatro faixas acústicas, incluindo o single “Patience” – está incluído em uma reedição de cinco discos de Appetite que será lançado no mês que vem. O box é grande: no topo de quatro CDs e um Blu-Ray, o box inclui sete LPs e sete singles, além de um livreto letras de músicas e informações da banda.

No entanto, eles decidiram remover discretamente “One In A Million”. Faz sentido – aqui está outro verso da mesma música. “Polícia e negros, isso mesmo / Saiam do meu caminho / Não preciso comprar nenhuma das suas correntes de ouro hoje / Agora não preciso de braceletes presos na frente das minhas costas / Só preciso da minha passagem até então / Vê se me dá uma folga”. Embora seja bom retirar essa faixa do novo box, não é como se não tivesse outras letras com problemas semelhantes inclusas no lançamento.

É surpreendente que não removeram também “Used To Love Her”, do mesmo álbum. Enquanto a música é claramente humor negro – uma balada de homicídio que inclui as falas “Eu costumava amá-la, mas eu tinha que matá-la. Eu tive que enterrá-la, e eu ainda posso ouvi-la reclamar. Eu sabia que sentiria falta dela, então eu tive que mantê-la. Ela está enterrada no meu quintal”– essa música foi implicada em dois assassinatos. Em 2002, um homem chamado Justin Barber fez o download dessa música e depois assassinou sua namorada. Antes de entregar seu computador à polícia, ele excluiu a música. Dez anos mais tarde, um homem chamado Thomas Wilhelm foi ouvido cantando bêbado essa mesma canção enquanto atirava em sua namorada.

Embora seja tolo e reacionário sempre culpar a arte pelos impulsos assassinos de indivíduos problemáticos, seria bom que quem quer que estivesse editando esse box pensasse duas vezes.

Monet

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