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Dia Mundial de combate

Tuberculose afetou mais de mil e matou 41 na PB

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publicado em 24/03/2018 às 12h18
atualizado em 25/03/2018 às 05h53

A tuberculose é classificada pelo Ministério da Saúde como uma doença infecciosa e transmissível que afeta principalmente a região dos pulmões, embora também ocorra em outros órgãos. Na Paraíba, foram registrados 1.120 novos casos no ano passado, sendo que 41 pessoas morreram vítimas da doença.

Conforme dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde, em 2016, 63,7% dos infectados foram curados e ocorreram 49 óbitos.

No país, já foram dados 70 mil novos diagnósticos de tuberculose e cerca de quatro mil mortes já foram notificadas fazendo com que a doença seja considerada um problema de saúde pública. Neste sábado (24) é lembrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, data escolhida para alertar a população sobre as formas de contágio e tratamentos.

No estado, o Complexo de Doenças Infecto Contagiosas Clementino Fraga, em João Pessoa, é a referência para tratamento na rede pública paraibana.

Ao Portal MaisPB, o pneumologista Alexandre Araruna esclareceu que a tuberculose pulmonar está associada diretamente com a defesa do organismo sendo muito comum entre os 45 e 50 anos de idade. Ela é transmitida principalmente em ambientes fechados através de germes espalhados pelo ar por pessoas infectadas.

“Diferente da gripe e da pneumonia, que em dois, três dias, após inalar o germe, a doença se manifesta, a tuberculose precisa de algum tempo. Quando a defesa do organismo estiver frágil, o germe que se instalou no pulmão pode vir a se desenvolver”, explicou, acrescentando que a doença pode demorar semanas e até meses até se manifestar.

Outras doenças, o consumo diário de álcool e cigarro, a falta de uma alimentação adequada são fatores que contribuem para a redução das defesas do corpo. Os sintomas, segundo o médico, inicialmente são tosse por algumas semanas, febre, geralmente no final do dia, perda de peso, fraqueza, dentre outros.

Com relação a prevenção, o especialista alerta que a melhor é rastrear quem provavelmente está infectado. “Quem pode melhor se proteger é quem cuida da saúde. Quem não fuma,  não bebe, quem come bem, faz atividade física e busca uma vida saudável são pessoas que estão se prevenindo para qualquer doença e também a tuberculose”, alertou.

Interrupção do tratamento pode causar a morte

O tratamento, consiste na ingestão de comprimidos por seis meses ou mais. Atualmente o processo é mais simples. De acordo com o pneumologista, a dosagem está cada vez mais enxuta, dependendo da condição da doença e do organismo. Por isso, se torna mais fácil convencer o paciente a fazer uso diário da medicação.

Os casos de morte diminuíram, porém a pessoa infectada muitas vezes suspende a medicação no segundo ou terceiro mês o que faz com que a tuberculose volte com maior agressividade tornando o acompanhamento do paciente mais complicado.

“Essa pessoa além de ter o risco de morrer por complicação pela suspensão do tratamento, também vai desenvolver cicatrizes nos pulmões ou outros órgãos que nunca irão desaparecer”, concluiu o médico.

A Secretaria de saúde da Paraíba esclareceu que, para que o óbito seja considerado decorrente da doença, ainda é realizada uma investigação domiciliar e hospitalar para verificar se as causas estão associadas a AIDS ou a tuberculose. Ainda não existem mortes confirmadas registradas neste ano.

Tuberculose pelo mundo

De acordo com dados do Ministério da Saúde, aproximadamente dez milhões de pessoas manifestam a tuberculose no mundo. Deste número, mais de um milhão morre por anualmente. O surgimento da AIDS e o aparecimento de focos da doença mais resistentes aos medicamentos dificultam as possibilidades de cura em muitos países.

O principal transmissor da tuberculose é o ser humano através do ar em ambientes como apartamentos, boates, restaurantes, etc.

Juliana Cavalcanti – MaisPB

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