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Agência rebaixa nota do Brasil e culpa reforma

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publicado em 23/02/2018 às 16h09
atualizado em 23/02/2018 às 13h12
Jason Alden / Bloomberg

A agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou nesta sexta-feira a nota de crédito do Brasil de “BB” para “BB-” e alterou a perspectiva de negativa para estável. Em relatório, a agência citou a desistência de votação da reforma da Previdência como um dos principais fatores para a medida. O rebaixamento pela Fitch ocorre pouco mais de um mês de movimento semelhante pela Standard&Poor’s.

O Ministério da Fazenda divulgou uma nota em resposta à reavaliação, em que destaca que a dívida pública do país possui hoje uma composição saudável e ressalta que o governo ainda está “comprometido em progredir com a agenda de reformas macro e microeconômicas destinadas a garantir o equilíbrio das contas públicas.

A Fitch afima que pesou sobre a decisão o fato de a reforma ter sido adiada para depois das eleições e a incerteza em relação ao próximo governo, que pode não dar continuidade ao projeto reformista.

“O rebaixamento do Brasil reflete seus grande e persistente e déficit fiscal, o crescente peso da dívida pública e a falta de reformas que melhorem o desempenho estrutural das finanças públicas”, escreveu a agência.

Após desistir da reforma da Previdência, com a intervenção federal no Rio de Janeiro, o governo anunciou em 19 de fevereiro nova pauta de prioridades com 15 itens, como a privatização da Eletrobras e autonomia do BC.

“Apesar de várias rodadas de negociações políticas e de uma diluição da proposta (original) ao longo do tempo, a reforma da Previdência foi afastada por enquanto, o que evidencia a fraqueza da classe política em responder com medidas corretas e aumenta potencialmente os riscos fiscais para a próxima administração”, diz a agência.

INCERTEZAS COM ELEIÇÕES

A Fitch demonstra especial preocupação com as eleições. “O ciclo eleitoral pode introduzir incertezas adicionais”, diz a agência, acrescentando que a falta de apoio significativo a um candidato com políticas mais amigáveis ao mercado, o panorama fragmentado da disputa eleitoral, a baixa confiança da população nas instituições e as investigações da Lava-Jato mostram que os riscos relacionados às eleições não podem ser menosprezados.

“Apesar de a Fitch não vislumbrar uma guinada em direção a mais intervencionismo e populismo após as eleições, as incertezas políticas podem continuar, e o tipo e ritmo de ajuste econômico e fiscal pode ser diferente de acordo com o vencedor (das eleições) e de sua força com a base parlamentar. Um líder político forte e com governabilidade será importante para dar prosseguimento às reformas e aumentar a confiança, elevar o crescimento e reduzir as incertezas de médio prazo em relação à sustentabilidade da dívdia pública”.

O Globo

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