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Lesão de Jesus acende alerta sobre opções de ataque na seleção

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publicado em 01/01/2018 às 08h32
atualizado em 01/01/2018 às 05h33
JOHN SIBLEY / Reuters

Gabriel Jesus encerrou 2017 deixando um susto para o Manchester City e um alerta para a seleção brasileira. O jovem atacante, de 20 anos, torceu o joelho e deixou o campo chorando no empate em 0 a 0 com o Crystal Palace, em Londres, no último dia do ano. O empate encerrou a sequência de 18 vitórias da equipe na Premier League.

A lesão aconteceu aos dez minutos do primeiro tempo. Gabriel Jesus tentava girar diante da marcação de Townsend, do Crystal Palace, e se desequilibrou quando esticava as duas pernas em direções opostas. O resultado foi uma torção no joelho esquerdo, o que imediatamente levou o atacante brasileiro ao chão. Gabriel tentou seguir em campo, mas não suportou as dores e deixou o campo pouco depois, sem conter as lágrimas, substituído pouco depois pelo argentino Agüero.

Depois da partida, o técnico Pep Guardiola esfriou as previsões mais pessimistas e indicou que espera o jogador recuperado bem antes da Copa do Mundo. O atacante passará por exames nesta segunda-feira para identificar o grau exato da lesão.

– Gabriel Jesus está machucado. Ele ficará fora talvez por um ou dois meses – projetou Guardiola.

Fernandinho, colega de Gabriel Jesus no Manchester City e na seleção, foi mais reticente do que o treinador e preferiu aguardar o resultado dos exames médicos. O primeiro temor foi de ruptura de ligamento cruzado, tipo de lesão que normalmente mais seis meses de recuperação. Segundo o “Globoesporte.com”, no entanto, a principal suspeita é de lesão no ligamento colateral, com prazo de até três meses para retorno aos gramados. Titular da seleção brasileira sob o comando de Tite, Jesus deixou o estádio de muletas e com uma imobilização na altura do joelho.

– Gabriel fará um exame para saber qual é a real lesão. Ainda é muito precoce para saber. Todas as precauções estão sendo tomadas – disse Fernandinho. – Ele fará os exames quando chegar em Manchester, e aí sim saberemos. Vamos torcer para que não seja nada sério, que ele volte o mais rápido possível para nos ajudar também na seleção.

Caso o prazo dado por Guardiola se confirme, Gabriel Jesus não será desfalque para a seleção brasileira nem mesmo nos amistosos antes da Copa. O Brasil tem jogos marcados contra a Rússia, no dia 23 de março, em Moscou, e contra a Alemanha, dia 27, em Berlim.

ALERTA PARA A SELEÇÃO

A apreensão gerada em torno de Jesus, contudo, serve de lembrete à seleção sobre a importância de ter alternativas à altura dos titulares. Desde que assumiu o comando, Tite teve sucesso em consolidar um time-base que alia talento individual, entrosamento e equilíbrio. Uma das escolhas de maior sucesso do treinador foi justamente lançar Gabriel Jesus como camisa 9. Desde sua estreia na seleção principal, em setembro de 2016, Jesus marcou seis gols, mais até do que Neymar, com quatro, neste período.

Enquanto o atacante do Manchester City despontou como titular, as opções no banco jamais encheram os olhos quando atuaram pela seleção. Roberto Firmino, o reserva imediato, vive bom momento no Liverpool, com nove gols e quatro assistências na atual temporada. O próprio Tite, no entanto, vê diferenças fundamentais entre eles. Gabriel Jesus é considerado pelo treinador um especialista em jogadas de profundidade, usando sua explosão e jogo de corpo para se lançar nas costas dos defensores. Firmino, por sua vez, comporta-se como um “falso nove”, saindo bastante da área para atrair a marcação ou participar da armação com os meias.

A seleção, mais adaptada ao estilo de Jesus, não se mostrou tão afinada para Firmino, que passou em branco nos três jogos como titular nas eliminatórias. Balançou a rede apenas uma vez, contra a Bolívia, numa goleada por 5 a 0, saindo do banco com a goleada já construída.

Outras opções já testadas por Tite despertam menos confiança. Diego Souza, meio-campista que pouco a pouco vira centroavante, vem de temporada irregular no Sport. Marcou dois gols em amistoso contra a Austrália, em junho, mas não se credenciou como opção recorrente no ataque. Diego Tardelli, convocado na última rodada das eliminatórias, sequer foi a campo. As outras alternativas são nomes que nunca foram chamados por Tite, como Jô, artilheiro do Brasileiro pelo Corinthians e reserva na Copa de 2014.

O Globo

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