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Poupança tem o melhor julho em 3 anos

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publicado em 04/08/2017 às 16h53
atualizado em 04/08/2017 às 14h56

Os depósitos na caderneta de poupança superaram os saques em R$ 2,33 bilhões em julho, informou o Banco Central nesta sexta-feira (4).

Foi o maior ingresso de recursos para o mês desde 2014, ou seja, em três anos. Além disso, esse foi o terceiro mês consecutivo em que a modalidade registrou entrada líquida de recursos.

Segundo o BC, os depósitos somaram R$ 174,72 bilhões e, os saques, R$ 172,38 bilhões, em julho. Os rendimentos (juros) creditados nas contas dos poupadores somaram R$ 3,52 bilhões.

A entrada líquida de recursos na caderneta de poupança acontece em um momento de liberação dos saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Além disso, o investimento na poupança ficou mais atrativo nos últimos meses devido à queda da Selic, que reduz o rendimento dos fundos de renda fixa, e da inflação mais baixa, que contribui para manter o poder de compra do dinheiro.

Com a entrada líquida de recursos na poupança, no final de julho o estoque dos valores depositados, ou seja, o volume total aplicado, registrou aumento.

No fim de dezembro de 2016, o saldo da poupança estava em R$ 664,9 bilhões. Ao fim de junho de 2017, somava R$ 675,34 bilhões. Já no final de julho, ficou em R$ 681,20 bilhões.

Além dos depósitos e das retiradas, os rendimentos creditados nas contas dos poupadores também são contabilizados no estoque da poupança.

Parcial do ano

No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, informou o BC, foi registrada saída líquida (retiradas maiores do que depósitos) de R$ 9,95 bilhões da poupança.

Mesmo com o saldo negativo, esse foi o melhor resultado para este período desde 2014 – quando houve o ingresso de R$ 13,64 bilhões na poupança.

Em todo o ano passado, R$ 40,7 bilhões foram retirados da poupança. O resultado foi o segundo pior da série histórica, que começou em 1995, atrás somente de 2015, quando foram sacados R$ 53,5 bilhões.

Atratividade da poupança

Os recursos ingressaram na poupança em julho em momento de atratividade um pouco maior da modalidade de investimentos frente aos fundos de renda fixa. Isso ocorre por conta da queda dos juros básicos da economia nos últimos meses.

De acordo com cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), com a redução dos juros para 9,25% ao ano, os fundos de renda fixa “começam a perder competitividade frente às cadernetas de poupança principalmente nas aplicações de baixo valor.”

Nesses casos, observa a Anefac, os fundos têm taxas de administração mais elevadas. “Assim sendo, a caderneta de poupança vai continuar sendo uma excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano”, acrescentou a entidade.

Isso ocorre porque o rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic. Já o rendimento das cadernetas, quando a taxa de juros está acima de 8,5% ao ano, como atualmente, está limitado em 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR).

Analistas avaliam que o Tesouro Direto, programa que permite que pessoas físicas comprem títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos, também pode ser uma boa opção para os investidores. O programa tem atraído a atenção de aplicadores nos últimos anos.

Quando a poupança pode ser uma boa opção

Independente do rendimento da poupança, especialistas avaliam que a aplicação ainda pode ser uma boa opção em alguns casos, como pequenos poupadores (com pouco dinheiro guardado), pessoas que buscam aplicações de curto prazo (poucos meses) ou que procuram formar um “fundo de reserva” para emergências.

A vantagem da poupança em relação a outros investimentos é que não incide Imposto de Renda sobre a aplicação.

Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto (programa do governo de compra de títulos públicos pela internet) há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração.

Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate.

G1

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