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Pontapé inicial para projeto da Tranposição foi dado em Sousa

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publicado em 06/03/2017 às 22h45
atualizado em 07/03/2017 às 06h54
Marcondes Gadelha é entrevistado pelo jornalista Heron Cid no programa Frente a Frente

As águas do Rio São Francisco chegam à Paraíba na próxima sexta-feira (10), mas antes da Transposição se tornar realidade, muitos obstáculos foram superados. Em entrevista ao programa Frente a Frente, da TV Arapuan, o ex-senador Marcondes Gadelha, considerado o ‘pai da Transposição’, revelou que o pontapé inicial para o projeto foi dado no município de Sousa, no Sertão paraibano.

No ano de 1994, técnicos e representantes de importantes órgãos como o Banco do Nordeste, Sudene, Chesf, Governos Estaduais e CREA se reuniram no Sertão paraibano para discutir o projeto de Transposição com um técnico dos Estados Unidos, convidado por Marcondes Gadelha.

“Fizemos essa reunião e Sousa se transformou em uma praça de guerra em defesa da Transposição”, relembrou Gadelha.
Diante da repercussão da reunião, Marcondes Gadelha foi convocado para um reunião na Federação das Indústrias do Ceará, quando foi redigida uma carta, posteriormente entregue ao presidente da época, Itamar Franco, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Inocêncio de Oliveira.
“Apesar de ser mineiro, e Minas Gerais era contra a Transposição, Itamar considerou o projeto de extrema relevância e convocou um ministro para elaborar o projeto de engenharia e os editais de licitação”, explicou Marcondes Gadelha.
Durante a entrevista, Marcondes revelou que chegou a perder a esperança de que o projeto saísse do papel no momento em que o ex-presidente Fernando Henrique desistiu de dar início à obra. Ele ainda destacou que Antonio Carlos Magalhães foi o político mais empenhado em travar a Transposição das águas do Rio São Francisco.

Mobilização contrária à Transposição e o papel d Dom Aldo Pagotto

Mesmo com o aval do presidente da República na época, Itamar Franco, o projeto de Transposição enfrentou uma grande mobilização contrária. Durante a entrevista, Marcondes Gadelha relembrou que artistas, membros da igreja e ambientalistas iniciaram uma mobilização contra o projeto, o que resultou em um embargo feito por um juiz federal da Bahia.

Um dos movimentos de maior impacto para a Transposição foi feito por um frade baiano. O religioso fez duas greves de fome e chamou atenção do país, reforçando a mobilização contra a obra.

Neste caso, Marcondes cita o papel decisivo do ex-arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, que recorreu ao Vaticano e conseguiu colocar fim ao protesto feito pelo frade após uma intervenção.

“Na segunda greve de fome Dom Aldo enviou uma carta muito dura ao frade”, disse.

Fernando Henrique Cardoso teve papel decisivo

O ex-presidente Fernando Henrique foi o responsável por realizar o primeiro Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA RIMA). “Aquilo nos deu um novo ânimo”, lembrou Marcondes Gadelha.

A licença para início da obra, no entanto, ainda dependia da autorização do IBAMA, que deveria realizar audiências em nove estados.

O início da construção no Governo Lula

Após uma longa espera, o projeto para Transposição começou a sair do papel no governo do ex-presidente Lula, que reforçou o EI RIMA com empresas nacionais.

“Ele deu início efetivo à obra. Teve uma papel emblemático ao consignar ao Exército a construção dos primeiros canais, o que foi feito em tempo recorde”, destacou.

Recursos sumiram no Governo Dilma

Ao ser questionado sobre o papel da ex-presidente Dilma Rousseff na obra da Transposição, Marcondes Gadelha considerou que a petista foi prejudicada pela escassez de recursos.

“Talvez com a realização da Copa ela tenha se visto obrigada a investir nessas arenas padrão Fifa”, avaliou.

Michel Temer criou Comissão na Câmara dos Deputados 

Responsável por concluir a obra tão aguardada pelo povo nordestino, o presidente Michel Temer também levou o debate sobre a Transposição para a Câmara dos Deputados, quando era presidente da Casa.

“Foi formada uma Comissão com 167 parlamentares, onde fui relator, para discutir a Transposição”, destacou.

 MaisPB

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