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Poupança ganha recursos em dezembro, mas fecha 2016 com fuga de R$ 40,7 bi

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publicado em 05/01/2017 às 17h07

Em meio à crise econômica e ao desemprego, os brasileiros retiraram da caderneta de poupança R$ 40,701 bilhões líquidos em 2016. O número, divulgado pelo Banco Central, é o resultado da diferença entre saques e depósitos ao longo do ano. Foi a segunda maior saída líquida em 21 anos, ficando atrás apenas de 2015, quando R$ 53,568 bilhões deixaram a caderneta.

O desempenho da poupança em dezembro, quando houve captação líquida de R$ 10,668 bilhões, reduziu um pouco o total de saídas acumulado em 2016. Ainda assim, o ano foi marcado pela fuga da aplicação, com as famílias recorrendo aos recursos da poupança para fechar as contas de cada mês. O acumulado de 2016 foi resultado de saques de R$ 1,990 trilhão e depósitos de R$ 1,949 trilhão.

O desempenho em dezembro foi inflado pelo pagamento da segunda parcela do 13º salário. O maior volume de entrada líquida de recursos na poupança foi registrado no dia 20 de dezembro – justamente quanto as empresas costumam pagar a segunda parcela do 13º salário.

Mensalmente, o pior momento dos últimos 21 anos para a caderneta de poupança foi registrado em janeiro deste ano, quando os saques líquidos foram de R$ 12,032 bilhões. Nos meses seguintes, o resultado continuou negativo: R$ 6,639 bilhões em fevereiro; R$ 5,380 bilhões em março; R$ 8,246 bilhões em abril; R$ 6,592 bilhões em maio; R$ 3,718 bilhões em junho; R$ 1,115 bilhão em julho; R$ 4,466 bilhões em agosto; R$ 2,352 bilhões em setembro; e R$ 2,712 bilhões em outubro. Em novembro, houve captação líquida de R$ 1,881 bilhão e, em dezembro, de R$ 10,668 bilhões.

Essa deterioração da caderneta em 2016 foi consequência da piora do cenário econômico, com a alta da inflação e do desemprego. Além disso, outros investimentos se tornaram mais atrativos ao apresentarem rentabilidade maior. A remuneração da poupança é formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) – esse cálculo vale para quando a Selic (a taxa básica de juros) está acima de 8,5% ao ano. Atualmente, ela está em 13,75% ao ano.

Dados da consultoria Economática mostram que, em 2016, o Ibovespa – índice de referência da Bolsa brasileira – acumulou alta de 38,94%. Já o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que serve de referência para uma série de aplicações em renda fixa, subiu 14,00%. A caderneta de poupança, por sua vez, teve ganho de apenas 8,30% no ano passado, sem considerar a inflação no período.

Estadão

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