João Pessoa, 20 de dezembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
lava jato

Janot quer tirar sigilo das delações da Odebrecht

Comentários: 0
publicado em 20/12/2016 às 08h52
Rodrigo Janot

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse a parlamentares na última quinta-feira que vai pedir a retirada do sigilo das delações de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht — entregues nesta segunda-feira pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) — tão logo o material seja homologado pela Corte. A tarefa caberá ao ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Operação Lava-Jato no STF. Por enquanto, a delação está sob sigilo.
Janot se encontrou com deputados e senadores da bancada do Espírito Santo na manhã de quinta-feira, na sede da PGR, em Brasília, inicialmente para discutir um projeto de resolução que alterou o repasse do ICMS para o Estado, alvo de críticas dos parlamentares capixabas. Eles pediram para ter acesso às informações das delações e ouviram do procurador que ele trabalharia pela suspensão do sigilo. Participaram da reunião os três senadores capixabas — Ricardo Ferraço (PSDB), Rose de Freitas (PMDB) e Magno Malta (PR) — e cinco deputados federais, entre eles Lelo Coimbra (PMDB):

— Estivemos com Janot na quinta-feira sobre a resolução de reforma do ICMS estadual, de grande impacto para o Espírito Santo. Ele nos informou ser necessário consolidar a homologação, a partir daí analisar todos os procedimentos e informações que lhe apresentamos. Solicitamos acesso às informações, após aquele dado, e ele nos disse que trabalharia para que o sigilo das delações fosse suspenso — disse Coimbra.

O peemedebista contou ainda que Janot estava tranquilo, mas ansioso pelas férias, que começam hoje, e afirmou que 2016 foi um ano “muito intenso” e com “grandes desafios”.

— Ele estava com uma expectativa grande sobre suas férias e uma viagem a partir do dia 20 de dezembro, pois disse que esse ano havia sido muito intenso e de grandes desafios – contou ao GLOBO o deputado.

A papelada e arquivos eletrônicos das delações da Odebrecht entregues pela PGR ao Supremo nesta segunda-feira, que abrangem cerca de 800 depoimentos, estão guardados numa sala do STF. A entrega foi feita de forma discreta, com a participação de servidores da PGR e do STF. Janot e a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, não estavam presentes.

Janot acelerou os trabalhos de colher os depoimentos após críticas de ministros do STF em relação às investigações conduzidas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. O episódio desagradou o procurador-geral, que resolveu acionar vários procuradores para dar mais agilidade e concluir os depoimentos da Odebrecht a tempo de entregá-los ao STF ainda este ano. O tribunal ficou sabendo de última hora dos planos de Janot e, às pressas, escolheu um lugar para guardar os depoimentos.

G1

Leia Também