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Lateral Alan Ruschel retorna à Arena Condá e chora

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publicado em 17/12/2016 às 09h22

Muito emocionado e usando uniforme da Chapecoense, o lateral Alan Ruschel concedeu uma entrevista coletiva na manhã deste sábado (17), na Arena Condá, em Chapecó. Alan deixou o hospital na tarde de sexta-feira (16). Ele foi o primeiro dos quatro sobreviventes brasileiros a ter alta, 17 dias após o acidente aéreo com o avião da Chapecoense, que deixou 71 mortos e seis feridos na Colômbia.

Chorando muito durante as primeiras perguntas dos jornalistas, Alan falou sobre seu futuro. “Farei de tudo para voltar a jogar. Com muita paciência, farei de tudo para dar muita alegria para esse pessoal aqui”, disse o jogador, que falou por cerca de 20 minutos.

“Tava indo pra um jogo, tu não sabe o que vai acontecer daqui a 10 minutos. O que eu levo da lição é viver a vida, aproveitar a vida e fazer o bem. O que os médicos fizeram por mim durante esses dias não tem explicação”, disse ele, que chegou a ficar na UTI.

O lateral não se lembra do acidente. “Lembro de a gente chegando em Santa Cruz de la Sierra, embarcando. Não lembro do voo. Não lembro do acidente. Lembro depois da minha esposa Marina falando comigo lá no hospital.”

O jogador afirmou que trocou de lugar durante o voo. “Eu estava sentando mais pra trás e o Cadu [diretor da Chapecoense que morreu no acidente] pediu pra eu sentar mais na frente pros jornalistas sentarem no fundo”. O lateral chorou novamente ao recordar que o goleiro Follmann, também sobrevivente, insistiu para que viesse se sentar ao lado dele.

Volta para casa
Alan também falou sobre a volta para casa depois de tantos dias hospitalizado. “Poder dormir com a minha esposa, ver meu cachorro, minha mãe. Todo mundo em casa. É uma sensação única, não tem explicação”. “A primeira coisa que pedi para comer foi feijão, arroz a bife acebolado [quando chegou a Chapecó]. Foi muito bom”.

O lateral contou também que não sentia o gosto dos alimentos enquanto estava na UTI e que implorou à mulher, Marina, que lhe comprasse um refrigerante. O médico liberou: “Mas foi um só”, riu, arrancando risos também dos jornalistas e da equipe da Chapecoense que o acompanhava na entrevista.

Agora, o foco de Alan é a recuperação física para voltar a jogar. Ele calculou que pode estar de volta aos gramados em seis meses. “Falei com o Mendonça [médico da Chapecoense] na Colômbia que eu queria voltar antes, mas o Mendonça falou que precisava calcificar a coluna, que daria mais três meses e mais com fisioterapia e trabalho ele via grandes chances de voltar. Eu fiz as minhas contas. Calculei três meses para calcificar, já passou um, quase 20 dias, mais dois ou um mês e meio para fortalecer a coluna e mais uns três meses para recuperar a massa, que estou só na ‘capa do grilo’ agora”, brincou.

Sobre o futuro da Chapecoense, Alan lembrou que o grupo era “muito unido”. “Espero voltar e levar o ambiente de antes para dentro do vestiário pros próximos atletas que chegarem.”

Follmann
Para este sábado também é esperada a chegada do goleiro Jackson Follmann a Chapecó. Primeiro a ser transferido de volta para o Brasil, na segunda-feira (12), o goleiro teve parte da perna direita amputada e passou por uma cirurgia no Hospital Albert Einstein. Ele ficará internado no mesmo hospital onde estão o zagueiro Neto e o jornalista Rafael Henzel

G1

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