João Pessoa, 07 de dezembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O diretor-geral da LaMia, companhia aérea do avião com a delegação da Chapecoense que caiu na Colômbia na semana passada, foi detido nesta terça-feira (6) na Bolívia.
Segundo o jornal “El Deber”, outros dois funcionários da empresa também foram detidos e levados junto com Gustavo Vargas Gamboa, o diretor-geral, à sede da procuradoria de Santa Cruz par aprestar depoimento. Ainda de acordo com o jornal, a Direção Geral da Aeronáutica Civil do país confiscou documentos e caixas da empresa, e seus escritórios estão interditados.
A empresa é investigada pelo acidente que deixou 71 mortos e 6 feridos. Uma das principais hipóteses discutidas é que o avião colidiu com o solo devido à falta de combustível próximo a conseguir pousar no aeroporto de Rionegro, em Medellín, Colômbia.
De acordo com a agência de notícias Efe, Vargas é um ex-militar da Força Aérea da Bolívia que entre 2001 e 2007 foi piloto de vários presidentes, incluindo o atual, Evo Morales.
As detenções aconteceram na véspera de uma reunião, em Santa Cruz, de autoridades judiciais de Bolívia, Brasil e Colômbia que investigam a tragédia com o único avião da Lamia.
Irregularidades
O governo boliviano encontrou indícios de irregularidades no funcionamento e nas operações do avião da LaMia, afirmou o ministro de Obras Públicas e Serviços, Milton Claros.
Como primeira medida, ele suspendeu a licença da companhia aérea, demitiu altos funcionários aeronáuticos da empresa, e iniciou uma investigação quanto a procedência dos controladores de voo do país.
A LaMia argumentou na Bolívia que a aeronave, um BA-146 modelo RJ85, devia ter sido reabastecida em Cobija, no extremo norte do país, para então prosseguir em sua rota até a Colômbia.
Mandado de prisão
O piloto do avião que caiu, Miguel Quiroga, tinha um mandado de prisão por ter desertado da Força Aérea, segundo o ministro boliviano da Defesa, Reymi Ferreira.
“O capitão Quiroga, que era o piloto do avião acidentado, tinha um julgamento pendente com a Força Aérea Boliviana, tendo, inclusive, um mandado de prisão”, afirmou nesta segunda o ministro boliviano da Defesa.
Segundo um dos sobreviventes do acidente, o boliviano Erwin Tumiri, o piloto da LaMia não alertou aos passageiros sobre a situação de emergência e nem sobre a falta de combustível.
“Todos acreditávamos que iríamos aterrissar”, declarou o técnico de voo boliviano Tumiri, durante coletiva de imprensa na segunda-feira (5) em Cochabamba (centro), onde se recupera das lesões.
G1
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