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Sobrinha de Sarney foi estuprada antes de morrer

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publicado em 23/11/2016 às 14h30
atualizado em 23/11/2016 às 11h34

A Polícia Civil do Maranhão concluiu que o empresário Lucas Porto, de 37 anos, estuprou e matou por asfixia a cunhada, a publicitária Mariana Costa, de 33, que é filha do ex-deputado estadual Sarney Neto e sobrinha-neta do ex-presidente e ex-senador José Sarney.

A apresentação dos resultados dos laudos periciais foi na manhã desta quarta-feira (23), na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP-MA), em São Luís. O assassino confesso vai responder por três crimes: estupro, homicídio e feminicídio.

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Jeferson Portela, o crime foi extremamente violento.

“Foi um crime cometido com extrema violência e crueldade contra uma mulher sem chances de defesa. A vítima foi surpreendida enquanto dormia. Ele podia ter ido embora quando ela estava apenas desmaiada, mas ele a sufocou usando um travesseiro, decidindo finalizar a vida dela”, disse o secretário.

A perícia concluiu que Porto esganou, depois estuprou e por fim asfixiou Mariana. Houve luta corporal. O perito Miguel Alves disse que as marcas pelo corpo de Mariana revelaram o sofrimento no momento da morte.

“A vítima se debateu muito tentando se desvencilhar do criminoso. Isso é o que demonstram as diversas escoriações encontradas no corpo da vítima, nas pernas, nos braços e até na cabeça. Lesões que demonstram tentativa de defesa e que ela se debateu por conta do sofrimento”, disse o perito.

A defesa do empresário Lucas Porto disse que ainda não teve acesso ao laudo divulgado pela Polícia e que aguarda o envio do inquérito pela Justiça.

“Eu não tive acesso ao laudo divulgado, mas a defesa deixa claro que vai conseguir demonstrar o que realmente aconteceu naquele dia. O inquérito vai ser enviado à Justiça e, lá, vamos conseguir desenvolver nossas teses de defesa”, disse o advogado Jonilton Lemos.

Estupro
Sobre o estupro, a perícia trabalha agora para saber se o sêmen encontrado no local do crime é realmente de Lucas Porto. “Nós temos a presença de sêmen, e a questão do estupro já está caracterizada pelo ato libidinoso mediante a violência. Estamos apenas aprofundando a investigação. Ela teve relação sexual recente e vamos agora individualizar para dizer de forma categórica de quem é o perfil genético encontrado no quarto”, declarou o perito.

De acordo com as investigações, Lucas Porto tinha informações de como entrar no apartamento da cunhada e sabia que ela estaria sozinha naquele momento. Quando ele entrou no domicílio, viu Mariana dormindo e despida.

“Após a consumação dos crimes, ele modificou o ambiente tentando dar uma aparência de normalidade, por isso gastou tempo arrumando o quarto da vítima para sugerir que foi suicídio ou outra coisa que não os crimes cometidos por ele”, declarou o secretário Portela. As câmeras de vigilância do condomínio revelam que Lucas Porto passou cerca de 40 minutos no apartamento de Mariana.

Roupas

As roupas usadas pelo empresário no dia do crime foram entregues, na última quarta-feira (16), à Polícia Civil do Maranhão pelos próprios parentes dele. Desde o dia 14, os policias estavam à procura deste material para reforçar as provas na investigação.

As peças, uma camisa branca e uma calça jeans azul, estavam no condomínio onde Lucas Porto mora e é o síndico, no bairro Ponta d’Areia, em São Luís. Parentes de Lucas Porto disseram que as encontraram em um apartamento que não está sendo utilizado e que pertence ao pai do empresário.

Lucas Porto confessou, na quarta-feira (16), que matou Mariana Costa. Porto era cunhado da vítima. A motivação seria uma atração que ele tinha por ela. As informações foram divulgadas pelo secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, em entrevista coletiva.

“Houve violência de natureza sexual. Esta foi à manifestação dele. Negou no primeiro momento a autoria do crime, mas declinou agora. Contudo, não muda nada na ação da polícia. Tudo que estava previsto para ser feito vai ser feito. Ele disse que tinha paixão incontida pela cunhada. Mas seguimos com as investigações”, afirmou o secretário na ocasião.

Globo

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