João Pessoa, 03 de novembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
morto há mais de 20 anos

Simone e Simaria revelam busca por corpo de pai, enterrado como indigente

Comentários: 0
publicado em 03/11/2016 às 10h44

Simone e Simaria tocaram em um assunto extremamente pessoal durante um bate-papo no programa De Cara, da rádio O Dia, nesta quarta-feira (2).

Em certo ponto da entrevista, as irmãs relembraram a morte do pai, que foi enterrado como indigente há mais de 20 anos, quando moravam em um garimpo mato-grossense.

“A gente não tinha dinheiro, não tinha nada. A gente morava numa casa de tábua, no meio do garimpo, que é onde você vai pra pegar diamante, pra ver se acerta na vida, e o garimpo era o Garimpo do Arroz. Um lugar muito perigoso. Todos os dias a gente via pessoas mortas na porta de nossa casa, assassinadas mesmo. Foi muito triste nossa infância com nossos pais. Minha mãe sofreu muito com meu pai. A gente não tinha nada na vida, estávamos ali tentando achar uma pedra. Aquele sonho de nordestino, que acha que vai achar uma pedra e vai mudar de vida, salvar a família. Meu pai estava sempre buscando uma vida melhor para nós duas”, contou Simaria.

Emocionada, a cantora continuou contando sobre uma das últimas cenas em que viu o pai de perto.

“Ele tinha 44 anos e foi tomar banho. Minha mãe chamou. Meu pai era assim, quando minha mãe chamava, ele respondia logo. E a gente era louca nele. Ele era incrível. Ele não respondeu. A casa era de madeira, quando olhei pelas frestas, vi ele deitado no chão, lembro até hoje, com a água caindo nos pés”, continuou.

“Minha mãe, como não teve estudo, e a gente era muito criança. Os amigos que ajudaram a fazer o enterro. E foi assim. Hoje, a gente briga na justiça pra conseguir achar o corpo pra fazer tudo direitinho, agora que a gente pode”, explicou a cantora.

Simaria relatou que há uma busca pelo corpo do pai, ainda sem sucesso, para poder fazer um enterro digno a ele.

“Já abriu duas vezes, mas não achou. Achou uma mulher, outra pessoa, mas ele não. Eu tinha 11 anos quando ele morreu. E eu, nessa correria louca, ainda não consegui parar pra resolver, porque depende da justiça pra determinar um dia, pra exumar o corpo.”.

O Fuxico

Leia Também