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Polícia reconstitui assassinato de família paraibana na Espanha

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publicado em 26/10/2016 às 10h42
atualizado em 26/10/2016 às 07h48
Casal de paraibanos assassinados na Espanha

A reconstituição do crime contra o casal de paraibanos Marcos Nogueira e Janaína Américo e os dois filhos deles, de 1 e 4 anos, acontece nesta quarta-feira (26), na casa onde a família morava, no município de Pioz, na província espanhola de Guadalajara. A informação é do irmão de Marcos, Walfran Campos, que foi à Espanha para acompanhar o caso de perto.

Ele explicou que vai estar presente na reconstituição, realizada pela Guarda Civil espanhola, acompanhado do seu advogado. Walfran é tio, assim como era Marcos, do suspeito do crime, François Patrick Gouveia, que confessou ter matado a família e está preso na Espanha.

“Não sei se a Guarda Civil vai permitir eu ficar próximo de Patrick, porque isso pode intimidá-lo. Mas se puder, claro que vou fazer algumas perguntas que eu queria fazer pra ele. Mas, não acredito que a polícia vá deixar”, disse Walfran, que volta ao Brasil logo após a reconstituição, ainda na quarta-feira.

O irmão de Marcos explicou que teve acesso às informações da investigação que estão em segredo de justiça. “Tive acesso às fotos, que mostram a brutalidade que fizeram com minha família”, comentou.

Sobre uma provável alegação de insanidade mental de Patrick, Walfan disse que é natural haver um argumento da defesa. “Ele tem que se defender. Mas, vai ser examinado pelos médicos e peritos e ver se realmente ele tem isso mesmo. Acho difícil ele escapar dessa porque o crime chocou muito aqui na Espanha e o povo está querendo justiça”, declarou.

Patrick, sobrinho de Marcos Nogueira, se entregou voluntariamente à polícia espanhola na quarta-feira (19), e confessou o crime dois dias depois.

Relembre o caso
Os corpos de Janaína, Marcos e das duas crianças foram achados esquartejados em uma casa na cidade espanhola de Pioz em setembro, depois que um vizinho alertou sobre o mal cheiro perto da casa da família.

Após o início das investigações, a Justiça emitiu uma ordem de prisão europeia e internacional contra Patrick, mas até então o suspeito ainda não havia recebido nenhuma notificação sobre o mandado de prisão no Brasil.

Ele resolveu se entregar após o advogado dele, Eduardo de Araújo, voltar para o Brasil e explicar à família os detalhes do processo. O advogado informou que Patrick acredita poder se defender melhor das acusações na Espanha.

O advogado disse que ficou surpreso ao saber da confissão, uma vez que enquanto estava no Brasil, Patrick negava ter cometido o crime. “Foi algo que surpreendeu, na verdade, porque o Patrick volta para a Espanha alegando que precisaria estar lá porque teria melhores condições de apresentar suas versões do fato e se defender de suas acusações. Aqui, ele insistiu em sua inocência”, disse.

Julgamento
Na sexta-feira (21), a promotora-chefe de Guadalajara, Dolores Guiard, informou à agência EFE que pediu a prisão provisória de Patrick “pela gravidade dos fatos e a ausência de firmeza no país”, para assegurar assim a permanência dele na Espanha.

Sobre as possíveis penas, a promotora-chefe disse que o Código Penal estabelece que os assassinatos de crianças menores de 16 anos são penalizados com prisão perpétua, que pode ser revisada depois de um tempo.

G1

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