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Engenheiro da PB é preso acusado de tráfico de drogas

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publicado em 10/09/2016 às 13h18
atualizado em 10/09/2016 às 13h16
Na noite da última segunda-feira, 29 de agosto, o engenheiro eletrônico paraibano, pesquisador de saúde quântica, Eduardo Chianca, 66, deixou o Recife, onde vive, rumo a uma turnê internacional de palestras. A viagem, que a princípio passaria por cinco países, foi interrompida na primeira parada, na Rússia, onde Chianca foi apontado como traficante de drogas por carregar ayahuasca, um chá utilizado em terapias e rituais. Sem contato com ele desde que desembarcou em Moscou, a família tenta driblar os obstáculos burocráticos e diplomáticos e trazê-lo de volta para casa.
O chá levado por Chianca é usado em uma técnica desenvolvida por ele mesmo, em 2006, que lhe rendeu reconhecimento internacional. A Frequências de Luz, como foi batizada, é uma técnica holística multidimensional energética de cura, que trabalha os diagnósticos a partir da leitura dos chacras e seu equilíbrio. Era sobre esta técnica que falaria também na Ucrânia, Suíça, Holanda e Espanha, antes de ser preso na Rússia.
Dentro do líquido usado por Chianca, segundo as autoridades russas, está o componente do DMT, droga sintética usada de forma recreativa no Brasil e em outros países. Segundo Patrícia Junqueira, companheira do pesquisador, trata-se de um grande equívoco. “O Eduardo está sujeito a ignorância de um país fechado, retrógrado, é uma situação absurda o que está acontecendo porque eles simplesmente se confundiram”, revolta-se.
“É como se ele fosse um nativo boliviano que carregasse folhas de coca, que é uma planta normal usada para subir o morro e não ter alteração de pressão sanguínea, e fosse preso como traficante de cocaína, é isso que está acontecendo”, denuncia Junqueira. “A técnica dele é muito poderosa, é a missão de vida de Eduardo, que tem sido um terapeuta, palestrante e formador de terapeutas relevante no Brasil e em outros países. Parte dessa técnica exige um trabalho xamânico e por causa desse conhecimento ele é tratado e conhecido como um xamã em várias partes do mundo. É um absurdo o que está acontecendo.”
Logo que soube do acontecido, por uma russa que atuaria como intérprete de Chianca, sua companheira acionou a embaixada do Brasil na Rússia, mas, apesar do bom atendimento e acolhimento, ela conta que as informações nem chegam até o governo brasileiro. “Muitas das coisas que a embaixada sabe é porque eu conto, ainda nem foram comunicados oficialmente”, revelou Junqueira, que também está surpresa com a repercussão do caso do país. “As matérias locais são inacreditáveis. Ele é tratado como um traficante. Um desrespeito imenso a uma pessoa que tem um trabalho de luz, ajuda a humanidade, e também a uma cultura e religião relacionadas a medicina sagrada da América Latina”, relatou, contando que acredita que o marido está sendo “usado” pelas autoridades locais. “A partir de 2013 eles criminalizaram o porte e o transporte, acho, de DMT e acho que estão fazendo meu marido de Cristo.”
Caso tivesse seguido o roteiro pré-elaborado para a viagem, Chianca desembarcaria no Recife de volta no dia 17 de outubro. Sem conseguir falar com o companheiro desde que ele viajou, Patrícia Junqueira soube por terceiros que ele passou mal depois de uma alteração na pressão arterial mas conta que, apesar disso, não se entregou à tristeza.
“Apesar disso eu acho que ele está bem assistido, no limite da arrogância e descaso daquele país em tratar devidamente alguém do ponto de vista dos direitos humanos. Arrumei uma força que não sabia que tinha, tenho uma tranquilidade que não é própria de uma esposa nessa situação, mas é pelo trabalho dele, que tão grandioso, por essa cura. E eu não estou falando de orgulho humano, estou falando que a missão de vida dele é tão superior que vejo, sinto e vivencio desde que tudo aconteceu, essa força atuando na minha vida.”
Sem respostas da embaixada, Patrícia Junqueira ainda não sabe quando vai ver o marido de novo, mas não tem nenhuma dúvida que isso acontecerá.
MaisPB com Diário de Pernambuco 

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