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Marcela Temer entra em cena e deve comandar o programa Criança Feliz

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publicado em 03/09/2016 às 10h53

Nos últimos seis anos, ela fez o maior esforço para se manter incógnita, por mais tumulto que suas raras aparições públicas e poucas palavras causassem. Mas agora o período de reserva deve chegar ao fim para a discreta Marcela Temer, a primeira-dama do Brasil.

O presidente Michel Temer revelou à ISTOÉ que nas últimas semanas vem conversando com sua mulher sobre o engajamento dela em uma atividade social, como é tradição das esposas de presidentes, governadores e prefeitos no País e no exterior (ver quadro). O casal discutiu a ideia e a jovem advogada paulista de 33 anos expressou sua predileção por realizar algum trabalho envolvendo crianças carentes.

Alguns dias antes da votação definitiva do impeachment, Temer pediu que o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, apresentasse à sua mulher o programa “Criança Feliz”, que deve ser uma das bandeiras da nova gestão. Terra detalhou à Marcela que o projeto vai atender menores entre 0 e 3 anos e 11 meses, todos beneficiários do Bolsa Família. Explicou que, quando estiver em pleno funcionamento, cerca de 70 mil funcionários farão visitas às casas de ao menos até 50% das 4 milhões de famílias para prestar orientações ligadas à saúde e psique. Falou da importância de cuidar da primeira infância, período em que são desenvolvidas as funções cognitivas, decisivas para o desenvolvimento adequado e intelectual dos jovens  e adultos. “Apesar de animada com a ideia de desenvolver um trabalho social, a discreta advogada está preocupada com sua exposição”

Marcela saiu entusiasmada da conversa. E, por enquanto, a ideia é que ela seja uma espécie de embaixadora do “Criança Feliz”. Até hoje, Temer procurou restringir as aparições da mulher a ocasiões consideradas fundamentais, como, por exemplo, às cerimônias da posse presidencial de 2011 e de 2015, quando ela se tornou um dos assuntos mais comentados no Twitter mundial. O curioso é que quando ele próprio foi empossado presidente, na última quarta-feira 31, ela não compareceu. De acordo com assessores, a deliberada ausência teve o objetivo de não caracterizar o evento como uma festividade. A advogada também não acompanhou o marido na abertura das Olimpíadas, onde muitos chefes de Estado estavam ladeados de suas esposas.

Missão número 1

O programa Criança Feliz, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social, no qual a primeira-dama Marcela Temer irá se envolver, vai atender menores entre 0 e 3 anos e 11 meses – todos beneficiários do Bolsa Família. Quando estiver em pleno funcionamento, cerca de 70 mil funcionários farão visitas às casas de ao menos até 50% das 4 milhões de famílias para avaliação médica, pedagógica e psicológica. O programa, que deve ser lançado na terceira semana de setembro, começará a ser implantado em dez cidades. Para 2017, está previsto um orçamento de R$ 300 milhões. Mas este valor poderá chegar a até R$ 800 milhões. Haverá, também, capacitação de gestores
Desde 2003, com Ruth Cardoso (1930-2008), mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil não tem uma primeira-dama atuante (leia quadro). Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dedicou-se com mais afinco às causas políticas durante o período de militância petista desde a fundação do Partido dos Trabalhadores. Entretanto, durante os oito anos de governo Lula, preferiu se dedicar à família e aos cuidados da casa.

Mudança de rotina

Apesar de animada com a ideia de desenvolver um trabalho de cunho social, Marcela Temer está preocupada com sua exposição. E não é só porque terá de enfrentar a própria timidez. A nova primeira-dama está temerosa por lançar-se sem experiência ao ainda tão inflamado ambiente político. Para tentar driblar esse obstáculo, a pretensão é que ela vá assumindo a agenda pública aos poucos.

Hoje, a esposa do peemedebista não tem ajudante de ordens nem assessores, quadro que pode mudar caso realmente se engaje em questões de governo. Marcela é advogada por formação, mas não chegou a exercer a profissão. Durante todo o tempo de vice-presidência do marido, ela optou por morar em São Paulo com o filho, praticamente restringindo aos finais de semana os encontros com ele. Lá, ela permanecia longe da política, dos holofotes e acabava ficando mais perto da mãe, da irmã e de algumas amigas. Cuidava do filho, da casa e ia à academia.

Quando Temer assumiu como presidente interino, em maio, ela se mudou para Brasília. Apesar de estranhar um pouco a cidade, ficou encantada com a horta orgânica cultivada no Palácio do Jaburu. Ela pouco sai de casa e uma de suas raras amizades é com a mulher de um jovem ministro da base aliada. Nos próximos dias, quando Dilma desocupar o Palácio da Alvorada, a primeira-dama vai pessoalmente conhecer as dependências do imóvel.

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