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farsa de nadadores

Comitê Olímpico dos EUA se desculpa com o Rio e brasileiros

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publicado em 19/08/2016 às 10h17
atualizado em 19/08/2016 às 11h39

Em nota oficial assinada por seu CEO, Scott Blackmun, o Comitê Olímpico dos Estados Unidos pediu desculpas formais pela polêmica envolvendo os nadadores Ryan Lochte, Gunnar Bentz, Jack Conger e James Feigen. Depois de uma festa na Casa da França, na Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro, na madrugada do último domingo, os quatro disseram ter sido vítimas de um assalto à mão armada, com bandidos portando distintivos policiais parando o táxi onde estavam, o que configuraria uma falsa blitz. Alguns dias depois, a história provou ser falsa.

– Em nome do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, pedimos desculpas aos nossos anfitriões no Rio e aos brasileiros pelo problema causado durante o que deveria ser apenas a celebração da excelência – diz um trecho da carta do Comitê Olímpico americano, que não descartou punições aos atletas.

Lochte voltou para os Estados Unidos antes de as investigações mostrarem que os quatro inventaram terem sido roubados. Ele passou a ser duramente criticado na internet, por brasileiros e compatriotas, e virou alvo também de publicações americanas. Bentz e Conger já embarcaram de volta para casa.

LEIA A ÍNTEGRA DA CARTA DO COMITÊ OLÍMPICO DOS EUA

Dois nadadores do time olímpico americano (Gunnar Bentz e Jack Conger) deram depoimentos às autoridades locais nesta quinta-feira, referentes ao incidente primeiramente divulgado no domingo, 14 de agosto. Seus passaportes foram liberados, e eles deixaram o Rio.

Depois de fornecer um testemunho no início da semana, um terceiro nadador (James Feigen) revisou o depoimento com a esperança de que o seu passaporte também fosse liberado assim que possível.

Trabalhando em colaboração com o Consulado dos EUA no Rio, organizamos a cooperação dos atletas com as autoridades locais e garantimos a segurança dos atletas durante o processo, mas ainda não vimos os depoimentos completos de Bentz e Conger.

No entanto, entendemos que o que eles descreveram são os eventos que muitos viram nos vídeos da câmera de segurança que foram divulgados nesta quinta. E pelo que sabemos, os quatro atletas (Bentz, Conger, Feigen e Ryan Lochte) deixaram a Casa da França, no início da manhã, num táxi em direção à Vila Olímpica.

Eles pararam num posto de gasolina para usar o banheiro, onde um deles cometeu um ato de vandalismo. Uma discussão entre os nadadores e dois seguranças que puxaram suas armas, mandaram que saíssem do táxi e exigiram uma compensação financeira dos atletas. Uma vez que os seguranças receberam o dinheiro, os quatro foram liberados para ir embora.

O comportamento desses atletas não é aceitável, muito menos representa os valores do Time Americano ou a conduta da vasta maioria de seus membros. Nós iremos revisar o caso, além de possíveis consequências aos atletas, assim que todos estivermos de volta aos Estados Unidos.

Em nome do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, pedimos desculpas aos nossos anfitriões no Rio e aos brasileiros pelo problema causado durante o que deveria ser apenas a celebração da excelência.

A três dias do fim dos Jogos Olímpicos, nosso foco principal continua sendo o apoio aos atletas que ainda estão competindo e comemorando os resultados daqueles que já encerraram a sua participação.

ENTENDA O CASO

Primeiramente, Ryan Lochte afirmou ter sido assaltado depois de uma festa na Casa da França, na Lagoa, Zona Sul do Rio, na madrugada do domingo. O atleta, que havia sido convidado pelo brasileiro Thiago Pereira, disse que estava num táxi com os outros três atletas dos Estados Unidos quando foi abordado por bandidos armados portando distintivos falsos. James Feigen, no entanto, contou à Polícia que o homem que rendeu o táxi estava em um veículo branco antigo.

Lochte prestou depoimento no domingo à noite na Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), no Leblon. O atleta repetiu a versão que Feigen havia contado à polícia e disse que estava bêbado e não lembra detalhes do assalto – só os dois prestaram depoimento. Os agentes passaram a procurar o taxista que teria levado os nadadores da Lagoa à Vila Olímpica. A polícia teve acesso às imagens do posto de gasolina, onde eles pegaram o táxi, e buscou registros de câmeras de segurança que ficam no trajeto.

Imagens da chegada dos americanos à Vila Olímpica, feitas pelas câmeras de segurança no início da manhã do dia em que o roubo teria acontecido, ajudaram a alimentar dúvidas. Divulgadas com exclusividade pelo Daily Mail, elas mostram Lochte, Bentz, Conger e Feigen  muito calmos depois do acontecido, segundo análises. Em seguida, o apresentador Matt Lauer, da rede de televisão americana NBC, revelou uma conversa que teve por telefone com Lochte. Segundo o jornalista, o atleta contou uma versão diferente daquela que passou em depoimento aos policiais brasileiros, mudando dois detalhes

O âncora afirmou que Lochte foi firme ao confirmar que o roubo ocorreu, negando que ele e os outros três tivessem inventado a história para encobrir um erro de comportamento. Lauer disse que o nadador contou que o táxi foi abordado por criminosos num posto de gasolina, o que foi de encontro à versão original de que os quatro teriam sido vítimas de uma falsa blitz. Lochte teria dito também que um dos criminosos não encostou o cano de um revólver em sua cabeça, mais precisamente na testa, mas que teria apenas apontado em sua direção.

Com Lochte já de volta aos Estados Unidos, na quarta-feira os outros nadadores envolvidos no caso foram impedidos de embarcar para o país. Bentz e Conger se calaram ao serem levados à delegacia do aeroporto internacional Tom Jobim para prestar depoimento – os dois foram retirados do avião, momentos antes da decolagem, por policiais civis e agentes da Polícia Federal. Após quase quatro horas na delegacia, foram liberados no início da madrugada de quinta, por volta de 1h20, e se hospedaram num hotel próximo ao Galeão. Conforme as investigações prosseguiram, os atletas confirmara que não houve roubo.

Aos 32 anos, Ryan Lochte é considerado um dos maiores atletas olímpicos de todos os tempos. Ele, no entanto, teve participação discreta na Rio 2016. Mas com o ouro do revezamento 4x200m livre – com Bentz e Conger na equipe –, alcançou sua 12ª medalha nos Jogos, tornando-se o segundo nadador com mais pódios na história. Feigen fez parte do time americano que disputou o revezamento 4x100m livre e também levou medalha de ouro.

Globo

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